| 18/06/2011 06h43min
O desconto dos dias parados por causa da greve do magistério vai atingir 17 mil professores. Serão deduzidas as faltas entre 19 de maio e 10 de junho. Por isso, nenhum docente terá o salário zerado.
Na sexta-feira, o governo começou a rodar o que chama de teste de consistência, para ver se não há erros. A folha definitiva roda apenas na semana que vem, mas ainda não foram definidos quais valores de salário ela terá. O secretário-adjunto, Eduardo Deschamps, disse que ideia é que eles sejam pagos de acordo com a última tabela proposta aos professores. Nela, todos os 66 mil professores têm reajuste salarial, apesar da redução nos percentuais da regência de classe, que compõe a remuneração dos docentes.
Evolução das propostas
— O pessoal da Secretaria de Administração está avaliando os procedimentos jurídicos, porque, nesse momento, a tabela que está disponível legalmente é a da medida provisória — observou.
O texto com a mudança deve ser enviado à Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira, na forma de projeto de lei complementar. Ela anula a MP, que paga o piso nacional de R$ 1.187 para os 35 mil docentes que ainda não recebiam isso no salário-base — 53% do total.
Com mais de 30 dias de paralisação, o governo ainda não decidiu se pedirá a ilegalidade da greve. O procurador-geral do Estado, Nelson Serpa, informou que isso depende de acontecimentos futuros.
— Essa decisão envolve também outras áreas do governo, não só a procuradoria. Estamos fazendo o acompanhamento em tempo real. A greve afeta a população diretamente, mas quem tem obrigação e responsabilidade de decidir sobre ela é o governo. Tudo vai depender do desenrolar dos fatos — ressaltou.
Assembleia estadual ainda não tem data
O comando de greve deverá se reunir na próxima segunda-feira. A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Alvete Bedin, informou que não tem data definida para uma assembleia estadual, que pode pôr fim à paralisação. Ela deverá ser marcada para a semana depois do feriado de Corpus Christi.
Alvete lamentou o desconto das faltas, porque isso faz parte das negociações.
— Só tivemos descontos na greve de 2008 (que durou cerca de 14 dias), porque o governo se recusou a pagar os dias parados, mesmo que nós repuséssemos as aulas. Muitos professores repuseram por conta própria — observou.
Ela voltou a afirmar que o Estado não pode pedir ilegalidade do movimento porque o Sinte cumpriu todos requisitos, como avisar com antecedência sobre a paralisação.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.