| 16/06/2011 22h52min
Professores votaram pela continuação da greve na maioria das assembleias regionais que aconteceram nesta quinta-feira em Santa Catarina. A previsão de uma assembleia estadual, que dá a palavra final sobre a decisão, é para daqui a 11 dias. Diante do quadro, o governo vai rodar a folha de pagamento com o desconto dos dias parados. Os docentes prometem não repor as aulas se isso acontecer.
Das 30 assembleias regionais que aconteceriam nesta quinta-feira, 26 tiveram os dados apurados até às 22h. Destas, apenas a de Curitibanos votou pelo fim da greve. De acordo com a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Anna Júlia Rodrigues, os encontros demonstraram que os professores não aceitam os prazos apresentados pelo Estado para recompor a tabela salarial e os valores da regência da classe — uma gratificação sobre o salário _ que foi reduzida na proposta apresentada pelo governo.
— Isso só aconteceria a partir de 2012, e esse prazo foi considerado muito longo pela categoria — explicou Anna Júlia.
Os professores também não concordam com a postura do governo de descontar os dias parados. Eles afirmaram, nas assembleias, que se houver perdas salariais, não haverá reposição de aulas.
Apesar de sinalizarem pela manutenção da greve, que completa 31 dias nesta sexta-feira, a decisão final sai de uma assembleia estadual. A secretária-geral do sindicato informou que ela será marcada para a semana pós-feriado de Corpus Christi.
Em Florianópolis, os professores estiveram reunidos na Praça Tancredo Neves, no Centro. Também estavam presentes os docentes de São José. Eles foram unânimes pela continuação da paralisação. Depois do encontro, eles caminharam até o Terminal de Integração Central (Ticen).
Descontos poderão ser repostos
O governo publicou uma nota, confirmando que a folha roda a partir desta sexta-feira com os descontos das faltas. Apesar da informação divulgada, não está decidido se os salários serão pagos conforme o texto da medida provisória, em tramitação na Assembleia Legislativa, que paga o piso nacional de R$ 1.187 para os docentes que ainda não recebiam isso no salário-base — 53% do total.
Sobre a possibilidade de não haver reposição das aulas, o secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, afirmou que o governo irá repor o desconto para os professores que recuperarem os dias letivos parados.
O texto com a mudança salarial, de acordo com a última proposta apresentada, será enviado à Assembleia na próxima semana, na forma de projeto de lei complementar. Com ela, o menor salário-base passa a ser o piso nacional de R$ 1.187, e a menor remuneração, somando a regência de classe, fica em R$ 1.388,79. Todos os docentes ganham reajuste que varia de 7% a 44%.
Em Florianópolis, os professores estiveram reunidos na Praça Tancredo Neves
Foto:
Felipe Carneiro
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