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 | 07/06/2011 21h28min

Governo e Sinte se reúnem para tentar pôr fim à greve dos professores nesta quarta-feira

Greve do magistério já dura 22 dias em Santa Catarina

Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

Nesta quarta-feira, representantes do governo e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) se reúnem para tentar um novo acordo para pôr fim à greve do magistério que chega ao 22º dia. A nova proposta salarial será encaminhada para votação em assembleia estadual em Florianópolis. Não haverá mais encontro com o governador Raimundo Colombo.

A decisão foi tomada na terça-feira após as assembleias regionais dos professores. Preocupado com a situação, o governador entendeu que ainda não era o momento para o encontro, e que deveria haver uma nova conversa, marcada para esta quarta às 10h, na sede da Secretaria de Educação.

Os professores reafirmaram que não abrem mão dos valores atuais da regência de classe — um percentual sobre o salário-base. Ela vale 40% para os professores de 1º ao 5º ano do ensino fundamental e de 25% para os de 6º ao 9º e os de ensino médio. Para cumprir o piso de R$ 1.187 no salário-base e dar reajuste salarial para todos os 66 mil professores, o governo propôs, na última segunda-feira, que os valores passassem a ser de 25% para os docentes que ganhavam 40% e de 17% para quem tinha 25%.

Confira a íntegra da última proposta do governo aos professores

Apesar de o governo ter se comprometido a formar grupos de estudos para discutir uma nova tabela salarial em 120 dias, os docentes querem ainda uma proposta mostrando como será repassado o reajuste do primeiro nível, de cerca de 94%, para todos os outros patamares.

— Os professores querem saber em quanto tempo isso será feito e em quantas parcelas o aumento será repassado — explicou a coordenadora estadual do Sinte, Alvete Bedin.

A nova tabela apresentada representa um gasto a mais de R$ 22 milhões por mês, o que ultrapassa o limite de R$ 20 milhões, estabelecido pelo governo. O secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, afirmou que foi feito o possível.

— Todos os nossos limites financeiros foram extrapolados. Na quarta iremos sentar com os professores para ver se há ainda mais alguma coisa para ser feita. Não queremos é chegar num impasse — informou.

O que o governo aceitou da contraproposta
— A incorporação do Prêmio Educar e do Jubilar em valor percentual correspondente para cada nível. Por exemplo, para um professor de nível médio que ganha R$ 609 de salário-base, o abono representa 32,8%. Esse aumento foi dado sobre o salário-base
— Anistia aos grevistas de 2008
— Abono de falta aos grevistas de 2011, desde que haja reposição das aulas
— Fazer concurso público dentro de 12 meses
— Criar uma comissão para estudar nova tabela salarial, respeitando a progressão da carreira, em quatro meses e não seis, como queria o governo
— Revisão do decreto 5.593/210, que pune os professores com falta injustificadas, entre 2008 e 2010. Mesmo fazendo cursos, eles não progridem na carreira
— Revisão da lei dos ACTs
O ponto sem consenso
Regência de classe
— Na primeira proposta, o governo apresentou regência de classe de 15% sobre o salário-base para todos. Sindicato não abre mão da regência de classe de 40% para os professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e de 25% do 6º ao 9º ano do fundamental e ensino médio
— O governo apresentou a seguinte proposta: quem tinha 40% passa para 25%, e quem tinha 25% passa para 17% (prometeu estudar passar para 20% este valor)
Daniel Conzi / Agencia RBS

Na terça, professores se reuniram em assembleias regionais para discutir o rumo das negociações
Foto:  Daniel Conzi  /  Agencia RBS


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