Para conseguir chegar ao trabalho, a profissional de marketing Nelsi Steffen, leva 1h30min entre a Tapera, no Sul da Ilha de SC, até o Itaguaçu, na região continental. Esse tempo é dividido entre três caronas que ela, com bom humor, pede aos motoristas.

Cida, como gosta de ser chamada, usa uma folha de papel com o destino escrito com um pincel atômico. Esta tem sido a fórmula encontrada pela mulher de 50 anos para chegar ao trabalho.

— Chego na calçada, tiro o papel da bolsa, estico e vou pedindo. Pego uma carona lá na Tapera e vou até o Centro Sul, dali atravesso a Ponte e depois luto até conseguir chegar no meu destino — explica.

A distância que Cida percorre com a ajuda de três caronas para cada viagem chega a aproximadamente 22 quilômetros. Ela conta que desde o início da greve, na última segunda, conseguiu a ajuda de 15 motoristas.

Cida diz que não há muita dificuldade para obter a carona solidária. 

— Acho que as pessoas entendem que está difícil para todo mundo, então acabam ajudando.

No ponto de ônibus em frente a Igreja Católica do Bairro Coqueiros, no lado continental, Cida fica pouco mais de 15 minutos. Na quarta, o motorista solidário foi o jovem Airton Muller, de 24 anos.

— Já ofereci carona para outras duas pessoas antes. Sem ônibus a gente precisa ajudar, né? — comenta o rapaz.

É com a carona solidária que Cida e outros usuários de transporte coletivo tem contornado a greve de ônibus em Florianópolis, que chega ao terceiro dia nesta quarta-feira.

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