Notícias

 | 16/07/2011 20h01min

Diretor do Dnit, Hideraldo Caron, vira alvo de acusações do PR

Catarinense é apontado como responsável por autorizar reajuste nas obras rodoviárias federais

À frente de uma diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que sozinha concentra 70% dos bilionários recursos do Ministério dos Transportes, o catarinense Hideraldo Luiz Caron, filiado ao PT, se viu em meio ao fogo cruzado entre o Planalto e o PR após a crise que ceifou a cúpula da pasta.

Acusado pelos aliados do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) de ser um "espião" da presidente Dilma Rousseff na autarquia, o diretor de Infraestrutura Rodoviária se tornou alvo dos antigos dirigentes dos Transportes. Afastados do ministério sob a suspeita de operarem um suposto esquema de cobrança de propina em troca de benefícios em licitações, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) e outros quatro altos funcionários miraram na única área do Dnit controlada pelo PT. Na sexta, novas suspeitas derrubaram mais dois servidores dos Transportes.

Na tentativa de se descolar do turbilhão, os políticos do PR repetem que quem autoriza reajuste de contratos nas obras rodoviárias federais é Caron. O petista afirma que todas suas decisões têm de ser homologadas pelo colegiado do órgão.

Ocupando assento na diretoria do Dnit desde 2004, suas contas nunca foram rejeitadas pelos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) em caráter definitivo. Mas, nos primeiros sete meses do ano, ele já foi citado como suposto responsável por irregularidades em contratos da autarquia em oito acórdãos do TCU.

O inchaço nos orçamentos de projetos foi um dos motivos que levaram a presidente Dilma a redobrar a atenção sobre os subordinados dos Transportes. Na reunião em que a presidente repreendeu a cúpula do ministério, Caron estava presente. Depois de ouvir o petista relatar a situação das obras sob sua tutela, Dilma cobrou explicações para o salto no valor de alguns projetos. Irritada, ela mandou reconduzir as obras para os orçamentos originais.

Nascido em São José do Cedro, o diretor do Dnit, de 50 anos, deixou o Oeste catarinense em 1977 para estudar no Rio Grande do Sul.

Após concluir o ensino médio, ingressou no curso de Engenharia Civil da UFSM. Morador da Casa do Estudante, envolveu-se com o movimento estudantil, chegando a presidir o diretório acadêmico da Engenharia. Tinha até um bar, que era ponto de encontro dos universitários. Aproximou-se do grupo político liderado por Adelmo Genro Filho, irmão do governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, e conheceu estudantes que se tornariam seus aliados, como o deputado Paulo Pimenta (PT).

DIÁRIO CATARINENSE
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.