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Política  | 13/07/2011 10h18min

Senador Blairo Maggi defende manutenção de Pagot no Dnit caso seja liberado de acusações

Para o senador, a resistência no Partido da República ao nome de Paulo Sérgio Passos como ministro dos Transportes é pequena

Para o governo, a crise do Ministério dos Transportes está encerrada, mas lideranças do PR, descontentes com o resultado final, estão mostrando reação. O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou, em entrevista nesta quarta-feira à Rádio Gaúcha, que o partido, cuja bancada conta com 40 deputados e sete senadores, aceitou a indicação do ministro Paulo Sérgio Passos, embora ainda haja alguma resistência.

— Na Câmara, há alguma resistência, mas não grande. Eu quero crer que passado todo o excesso, as coisas voltem ao normal — ponderou.

Embora aprove decisão da presidente, Maggi defende a volta do diretor afastado do Dnit, Luís Antonio Pagot, caso as acusações não sejam comprovadas contra ele.

— Agora, se algo for comprovado contra a sua pessoa nesse período, eu serei o primeiro a pedir que ele se afaste. Não quero incubrir ilegalidades, mas também não posso defender injustiças — afirmou.

Escute a entrevista concedida à Rádio Gaúcha:



Entenda o caso:

— Na primeira semana de julho, reportagem publicada pela revista Veja revela o funcionamento de um suposto esquema no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias.

— Em decorrência da denúncia, são afastados de seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.

— No dia 4 de julho, a presidente Dilma Rousseff manifestou apoio a Alfredo Nascimento e confirmou sua permanência no Ministério dos Transportes. No mesmo dia, a presidente determina que a Controladoria-Geral da União (CGU) faça uma análise minuciosa em todas as licitações, contratos e execuções de obras que deram origem às denúncias.

— Em 5 de julho, o Ministério dos Transportes instala uma Comissão de Sindicância Investigativa para apurar as supostas irregularidades. O ministro Alfredo Nascimento, no entanto, não escapa de uma convocação para prestar esclarecimentos no Senado, aprovada pela Comissão de Meio Ambiente.

— Ainda em 5 de julho, Alfredo Nascimento, determina a suspensão de todas as licitações em curso tanto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) quanto da Valec, órgãos alvos de denúncias de corrupção.

— No dia 6 de julho, novas denúncias agravam a situação do ministro. Reportagem publicada pelo jornal O Globo, revela que a empresa do filho de Nascimento, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, de 27 anos, juntou mais de R$ 50 milhões nos dois anos que se seguiram à sua criação — um crescimento de 86.500%. O Ministério Público Federal apura se houve conflito de interesse nas decisões do ministério chefiado por Nascimento e os benefícios pagos à empresa que negociou com o filho do ministro.

— A revista IstoÉ publica em seu site, também no dia 6 de julho, um vídeo em que mostra o ministro dos Transportes e o principal dirigente do PR, o deputado Valdemar Costa Neto, negociando dinheiro público para atrair deputados ao partido. No mesmo dia, Nascimento anuncia seu pedido de demissão.

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