A escolha do novo ministro dos Transportes causa divergência entre a presidente Dilma Rousseff e os aliados do Partido da República (PR). O secretário-executivo da pasta, Paulo Sérgio Passos, foi confirmado como interino.

A presidente Dilma comunicou ao PR que gostaria que ele assumisse o comando do ministério no lugar de Alfredo Nascimento, que, pressionado por denúncias de corrupção, pediu demissão na quarta-feira.

No entanto, Dilma não obteve o aval do partido, que apresentou outros nomes de políticos.

Paulo Passos se filiou ao PR no ano passado, mas é um técnico e não um político tradicional. O líder do partido na Câmara, Lincoln Portela, avisa que o PR não pode perder espaço.

Depois de longas reuniões, a presidente decidiu que, primeiro, tentará pacificar o PR para depois escolher o ministro definitivo.

Entenda o caso

A reportagem publicada pela revista Veja desta semana revela o funcionamento de um suposto esquema no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias.

Em decorrência da denúncia, foram afastados, no último sábado, de seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.