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 | 06/07/2011 19h51min

Com volta de Nascimento ao Senado, PR passa a quarta maior bancada da Casa

PT perde o senador João Pedro (AM), que era suplente de Nascimento

Ao deixar a pasta dos Transportes — em demissão anunciada nesta quarta-feira — o ex-ministro Alfredo Nascimento volta a ocupar uma vaga no Senado. Com isso, o PR passa a ser a quarta maior bancada da Casa e o PT perde um senador — João Pedro (AM) —, que era suplente de Nascimento.

A volta de Nascimento eleva para sete o número de senadores do PR — que fica atrás do PMDB, PT e PSDB. Além do ex-ministro e do líder do PR, Magno Malta (ES), integram a bancada do PR no Senado Blairo Maggi (MT), Antonio Russo (MS), Clésio Andrade (MG) e Vicentinho Alves (TO). Com o desfalque, o PT passa a contar com 13 titulares.

O líder do partido, Magno Malta, afirmou que Nascimento reassume o mandato "para defender sua honra". Ele adiantou que o partido não discutirá um novo nome para o ministério de forma precipitada.

— (A escolha) não será de forma ofegante e atabalhoada, não vamos colocar qualquer um a qualquer preço.

Segundo Malta, a bancada de senadores do PR aguardará um segundo convite da presidente Dilma Rousseff e das ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para comparecer ao Planalto a fim de discutir a sucessão de Nascimento. Ele acrescentou que o PR continuará fiel à base aliada do governo, independentemente de continuar no comando da pasta dos Transportes.

— O PR é da base do governo desde o início do governo Lula e vai continuar no governo Dilma.

Entenda o caso:

Na primeira semana de julho, reportagem publicada pela revista Veja revela o funcionamento de um suposto esquema no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias.

— Em decorrência da denúncia, são afastados de seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.

— No dia 4 de julho, a presidente Dilma Rousseff manifestou apoio a Alfredo Nascimento e confirmou sua permanência no Ministério dos Transportes. No mesmo dia, a presidente determina que a Controladoria-Geral da União (CGU) faça uma análise minuciosa em todas as licitações, contratos e execuções de obras que deram origem às denúncias.

— Em 5 de julho, o Ministério dos Transportes instala uma Comissão de Sindicância Investigativa para apurar as supostas irregularidades. O ministro Alfredo Nascimento, no entanto, não escapa de uma convocação para prestar esclarecimentos no Senado, aprovada pela Comissão de Meio Ambiente.

— Ainda em 5 de julho, Alfredo Nascimento, determina a suspensão de todas as licitações em curso tanto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) quanto da Valec, órgãos alvos de denúncias de corrupção.

— No dia 6 de julho, novas denúncias agravam a situação do ministro. Reportagem publicada pelo jornal O Globo, revela que a empresa do filho de Nascimento, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, de 27 anos, juntou mais de R$ 50 milhões nos dois anos que se seguiram à sua criação — um crescimento de 86.500%. O Ministério Público Federal apura se houve conflito de interesse nas decisões do ministério chefiado por Nascimento e os benefícios pagos à empresa que negociou com o filho do ministro.

— A revista IstoÉ publica em seu site, também no dia 6 de julho, um vídeo em que mostra o ministro dos Transportes e o principal dirigente do PR, o deputado Valdemar Costa Neto, negociando dinheiro público para atrair deputados ao partido.

Agência Estado
 
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