Homicídios cometidos por policiais representam 3,4% do total de mortes. Foram 222 casos em cinco anos. Significa que, a cada 30 homicídios, um é cometido por agentes de segurança. Em 61,7%, as mortes aconteceram durante ações policiais. Em um terço, foram reações a assaltos.
O ano passado foi o recordista, com 62 casos, chegando a 4% do total de crimes de 2015. Um dado em alta desde 2014, quando 54 pessoas foram mortas.
Dia de fúria
Ronaldo de Lima, 18 anos, foi uma dessas vítimas na manhã de 3 de setembro de 2015.
Porto Alegre viveu um dia de fúria depois que o jovem foi morto com um tiro pelas costas disparado por um PM durante uma abordagem.
Em 2015, 67,7% das mortes foram em serviço, enquanto apenas a metade dos casos registrados em 2011 havia acontecido nessas circunstâncias.
No Buraco Quente, Bairro Santa Tereza, os policiais precisaram de reforço para sair do local. A Vila Cruzeiro viveu um dia de terror, com ônibus e lotações incendiados. Os moradores denunciavam o que diziam ser uma execução. Conforme o inquérito concluído pela Polícia Civil, ainda em análise pelo Ministério Público, apesar de forjarem provas, os PMs agiram em legítima defesa.
O aumento também é resultado da ousadia de criminosos. O ano passado foi o recordista de policiais mortos, com sete vítimas.
É mais do que o dobro dos três que haviam sido mortos em 2011. Ao todo, 21 perderam a vida em cinco anos. A cada dez pessoas mortas por policiais, um agente tomba.
A ação policial também se verifica em reações a assaltos. Foram 72 casos de suspeitos de roubos mortos por agentes da segurança. É a metade de todos os casos de mortes em reações a assaltos entre 2011 e 2015.
Ronaldo Bernardi