| 09/06/2008 03h10min
Após passar a tarde de domingo reunido com a equipe preparando a estratégia de defesa, o ex-chefe da Casa Civil Cézar Busatto (PPS) será ouvido nesta segunda-feira como testemunha na CPI do Detran a partir das 13h, no plenarinho da Assembléia Legislativa.
A decisão de comparecer à comissão foi do próprio secretário. Na sessão de hoje, também serão votados dois requerimentos que pedem a convocação do ex-secretário-geral de Governo Delson Martini e do ex-assessor em Brasília Marcelo Cavalcante.
A expectativa entre integrantes da comissão é de que pelo menos Martini tenha o depoimento aprovado. Demitido depois de vir a público uma fala dele ao vice-governador Paulo Feijó, Busatto deve reafirmar à CPI que a atitude de gravá-lo em segredo foi um grave atentado à ética.
No diálogo gravado no dia 26 de maio, o então secretário diz que órgãos públicos como Detran e Daer foram "fontes de financiamento" para todos os governadores _ dando a entender
que se tratava de financiamento de
campanhas eleitorais. Busatto explicou que se referia à contribuição do salário feita pelos cargos em comissão (CCs), que trabalham nas autarquias graças à indicação dos partidos. Busatto afirmou que é contra a prática.
_ Mostrarei à CPI que posso ter usado argumentos imprecisos. Como era uma conversa livre e espontânea, posso ter cometido imprecisões. Defendi, por exemplo, o financiamento público de campanha na conversa. Mas isso não foi divulgado pelo vice _ afirmou o ex-secretário.
Busatto enfrentará a oposição, que tentará derrubar sua versão. No final da tarde de domingo, o presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira (PT), os deputados petistas Elvino Bohn Gass e Stela Farias e a assessoria da bancada se reuniram no salão de festas de um prédio no bairro Petrópolis, na Capital.
_ Sabíamos que parte do dinheiro do Detran tinha ido parar na compra de mansões. Agora, sabemos que também foi para campanhas eleitorais. Queremos que Busatto repita a
confissão feita a Feijó _ disse
Fabiano.
Os petistas fizeram um levantamento do número de CCs nos órgãos citados por Busatto para provar que supostas contribuições partidárias oriundas de seus contracheques seriam insuficientes para financiar uma campanha eleitoral. Conforme o PT, no Detran existem apenas cinco CCs, que ganham em média R$ 3,8 mil.
_ Dá para perceber que é possível fazer um forte financiamento de campanha _ironizou o presidente da comissão.
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