Não é o mesmo caso, mas as circunstâncias são semelhantes. Guardadas as proporções — vou repetir: guardadas as proporções — o jovem Oscar de 2010 pode ser em Abu Dhabi o que foi Alexandre Pato no Japão, em 2006.
Oscar é a chance de ser o fato a novo para melhor no Mundial, tomando-se como base o time da Libertadores. Na última hora, assim como aconteceu com Pato, surge um jogador com potencial para ser extra-classe no momento mais importante da vida do clube.
Pode não dar em nada, mas só há como saber se ele é mesmo o sucessor de Kaká, como diziam no Morumbi, indo para os Emirados Árabes. O técnico Celso Roth acertou ao ariscar.
Fernando Carvalho concorda: Oscar tem potencial para desempenhar o papel que foi de Pato em 2006, embora ele saia de Porto Alegre como reserva, enquanto o craque do Milan tenha tomado o rumo da terra do sol nascente já na condição de titular.
Mas não importa. Os exemplos de jogadores que saem do banco para fazer história são fartos no futebol. E com talento fica mais fácil. Luiz Adriano também não era titular em 2006 e foi decisivo na conquista do título.
— Ele representará o papel que foi de Pato. É uma promessa de craque, muito jovem, e vai para lá com a confiança de estar arrebentando nos jogos do Inter B. É por isso que entrou na lista. Assim como Pato, era impossível não levá-lo, de tanto que vinha jogando. O Oscar pode ser o Pato de 2010 — torce Carvalho, com a experiêrncia de quem ergueu duas Libertadores e, como dirigente, revolucionou o modo de gerir o futebol no Inter.
Edu recebeu todas as chances possíveis e não ofereceu resposta. Roth foi justo. Valorizou o momento, e o momento é de Oscar. Não importa se Edu tem grife ou veio a peso de ouro. Contou o desempenho. Atitude altamente profissional do técnico, pensando no bem do clube.
Pato explodiu um pouco mais cedo. Demoliu o Palmeiras no Parque Antártica logo na estréia, encantando o Brasil. Lembram? Bastou um jogo no Brasileirão e Pato tornou-se assunto nacional. Isso não aconteceu com Oscar, mas talvez o motivo tenha sido justamente os torneios pelo Inter B que o credenciaram a ser relacionado entre os 23 eleitos para Abu Dhabi. A visibilidade de um torneio sub-23 é bem menor.
O fato é que o Inter só tem a ganhar levando Oscar.