Que era incontornável o panorama político do Inter eu venho afirmando há semanas. Aí está a divisão da situação entre dois candidatos, Giovanni Luigi e Pedro Affatato, cujo epicentro é a remodelação do Beira-Rio.

Luigi é simpático à parceria com a construtora Andrade Gutierrez, uma das sugestões da Fifa. Affatato planeja tocar tudo com recursos próprios. Bem, mas questão agora é saber as armas de um e de outro.

Está em andamento uma articulação política do Inter Grande de Luigi, Fernando Carvalho e Roberto Siegmann. Não cito Vitorio Piffero por que se ele está neutro no processo não dá para colocá-lo ao lado de Luigi, ainda que seja do mesmo grupo.

O fato é que está em curso uma estratégia política para tentar retirar Pedro Affatato do segundo turno da eleição presidencial.

O União Colorada de Affatato, Ibsen Pinheiro e Luiz Antônio Lopes (presidente do Conselho Deliberativo) precisa manter o Ação Independente Colorada de Mário Sérgio Martins ao seu lado.

Do contrário, corre risco de não somar os votos necessários para atingir os 25% da cláusula de barreira no colegiado de 343 conselheiros. É precisamente isso que Luigi e o Inter Grande sonham. Assim, Luigi passaria ao segundo turno contra Sandro Farias, do Convergência, o mais expressivo grupo de oposição.

Mas como fazer isso? Oferecendo maior participação a setores do Ação Colorada na administração Luigi. Como Fernando Carvalho apoia Luigi, a tendência é que seu candidato vença entre os sócios.

Integrantes do Ação pensam em aumentar sua influência no clube e crescer enquanto movimento, inclusive com cargos mais expressivos. E isso é mais fácil de acontecer se Luigi vencer, desde que haja aliança em alguma medida. Retirando votos de Affatato, Sandro Farias teria boa chance de ultrapassar Affatato, que seria o grande derrotado.

Trata-se de uma estratégia. Não quer dizer que vai dar certo. Talvez o fato de o Ação demorar tanto para anunciar apoio a Affatato, discutindo candidatura própria, seja um indício. Talvez. 

 

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