Os dias de chuva são um martírio para os usuários de ônibus que utilizam o terminal localizado no cruzamento das Avenidas Antônio de Carvalho e Ipiranga. Com vidros laterais quebrados e a cobertura parcialmente arrancada, a parada — que deveria ser um benefício para os passageiros — se torna perigosa.

— Pego ônibus há nove anos ali. Quando tem vento, o toldo levanta como se fosse se soltar, fica tudo batendo. É um perigo para o pedestre, para os ônibus. Pode até dar um acidente — analisa Eromilto Pereira de Lima, 48 anos.

Lima é motorista de ônibus. Atualmente trabalha em uma linha que passa diariamente pelo terminal. Morador de Viamão, utiliza a parada, também, para pegar sua condução e retornar para casa.

— Eu sofro duas vezes, como motorista e como passageiro. Aquela cobertura em dia de chuva não resolve nada. Já me molhei diversas vezes, não tem como escapar — recorda.

Geder Castro, 45 anos, sofre da mesma forma. Trabalhando como Missionário da Assembléia de Deus, tem de pegar ônibus constantemente no terminal. Segundo Castro, os vidros estão quebrados há "quase um ano".

— O toldo foi arrancado por moradores de rua. De janeiro para cá tem uma turma que dorme ali. Eles colocam até colchões para dormir à noite. Uma vez tinha fezes na lixeira, um horror — relata.

Os dois usuários acreditam que os vidros foram quebrados em função dos alumínios que prendem as junções das peças.

— A 'chinelagem' quebra para vender o material. Às vezes, nem é morador de rua. É gente que se aproveita, mesmo — finaliza Eromilto.

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