No ano em que completa 30 anos de existência, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz convidou 30 artistas para pintar os tapumes que circundam o terreno cedido pela prefeitura da Capital para a construção de uma sede. Para dezembro, a Terreira da Tribo, como é conhecido o coletivo de artistas, prepara uma série de atividades para comemorar a trajetória do grupo de teatro popular de Porto Alegre.

A pintura dos painéis, segundo Renan Leandro, 29 anos, tem como objetivo dar visibilidade ao espaço e ajudar na campanha de levantamento de fundos para a construção do prédio. O ator e muralista é um dos artistas que foram convidados a cobrir os 120 metros de tapumes, localizados na esquina da rua João Alfredo com a avenida Aureliano Figueiredo Pinto, bairro Cidade Baixa.

Desde sexta-feira, os artistas, das mais diferentes expressões — grafiteiros de rua, alunos do Instituto de Artes da UFRGS, muralistas e artistas plásticos — preenchem o espaço. A intervenção artística também pretende promover um intercâmbio entre os participantes — alguns vindos de São Paulo e Rio de Janeiro.

— A idéia vai de acordo com a proposta da Tribo, que faz arte de rua e na periferia. É uma doação para a Terreira e para a comunidade — diz Flávio Trampo, 36 anos, ilustrador e arte-educador que também está engajado no trabalho.

A inspiração para a criação dos desenhos é livre, mas Flávio optou por representar militares a fim de abordar a temática da ditadura — o que se relaciona com uma das peças do grupo. Da mesma forma, Renan Leandro desenhou um dos personagens do espetáculo Missão, a Lembrança de uma Revolução.

A decoração dos painéis vai ser entregue no dia 15 de dezembro, quando iniciam-se as comemorações do aniversário da Terreira da Tribo.

— Teremos uma mostra de teatro das oficinas realizadas nas periferias e o lançamento da revista semestral Cavalo Louco — diz Renan.

A participação dos artistas é voluntária e conta com a colaboração do Núcleo Urbanóide, que reúne artistas de rua, e da ONG Circulando, um grupo de grafiteiros.

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