Foram necessários quase três anos na elaboração de projetos, avaliações de órgãos ligados ao patrimônio histórico e pesquisas arqueológicas para o início das obras do Edifício Pallazzo Anthurium, com vista para a avenida Juscelino Kubitschek, no Centro de Joinville. Tudo isso para que a torre passasse a dividir o terreno com um ponto significativo para a cidade: o antigo Palácio Episcopal, construído para o bispo católico mineiro Pio de Freitas, em 1938.
Quando a obra for concluída, o prédio deve passar a abrigar as áreas de lazer do empreendimento e funcionar como um portal de entrada para os apartamentos. Além de recepção e guarita, o patrimônio será adaptado com salão de festas, jogos, espaço jovem e cinema.
A principal preocupação do arquiteto Tiago Delai, do Studio Delai, na elaboração do projeto, foi a de que edifício não conflitasse com a arquitetura do patrimônio. As alternativas encontradas foram o uso de linhas clássicas e vidros nas varandas e janelas.
Todo o projeto partiu do patrimônio para que ele fosse o grande destaque. A torre não podia copiar as características do antigo. As diferenças precisam estar evidentes de forma sutil avalia Delai.
A antiga construção é assinada pelo arquiteto Afonso Steiner, que, segundo levantamento do novo projeto de recuperação, evidencia o barroco brasileiro da terra natal de dom Pio, na linha das antigas construções mineiras do século 17. O local, estrategicamente localizado ao lado do colégio de freiras, o Santo Anjos, e em frente à catedral, foi morada dos religiosos joinvilenses até os anos 1960.
O empresário Adolar Linzmeyer comprou o imóvel assim que a igreja o desocupou para transformá-lo em hotel. Foi assim que o patrimônio passou a ser conhecido como Anthurium, nome escolhido pelo novo proprietário para homenagear as flores da cidade. Mesmo com 76 anos, o hotel estava em bom estado de conservação quando as obras do Pallazzo iniciaram- se, em novembro de 2011, o que, segundo o arquiteto Tiago, se deve ao uso frequente das instalações.