O destino da esquina da rua Max Colin com a Doutor João Colin já foi motivo de manifestação pública, tema de intervenção urbana, alvo de vândalos, casa de moradores de rua, pauta de sessões da Câmara de Vereadores e dor de cabeça para a administração de Joinville. Desde que foi comprado pela Prefeitura de Joinville em 2003, após 24 anos alugado para serviços públicos, o prédio de torre imponente não teve outro uso senão o de depósito - para a lamentação dos amantes da história e dos protetores do patrimônio arquitetônico. De símbolo do poder, a construção, aos poucos, foi enfeiando a paisagem central, enquanto seu uso não era definido e a fila de interessados, crescia.
Embora o grafite, que existe desde o ano passado na fachada, dê cores e torne o prédio "mais simpático", a sujeira, o limo e as rachaduras não escondem o abandono que perdura há dez anos. Já dentro do imóvel, apesar do pó e do lixo, equipamentos públicos e centenas de caixas de documentação da Prefeitura preenchem o vazio que a Agência Ford (1954 a 1968), a estação rodoviária (1971 a 1973) e o Poder Executivo (1974 a 1996) deixaram, cada qual em seu período. Tombado pelo Patrimônio Histórico municipal em 2005, o imóvel de uma das esquinas mais movimentadas de Joinville, conhecido hoje como o da "antiga Prefeitura", é disputado por entidades culturais e departamentos públicos em diferentes gestões municipais.
Uma antiga queda de braço que envolve não só a concessão do espaço, mas a sua onerosa recuperação. No ano passado, a atual gestão decidiu que o local passará a abrigar departamentos da Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública, criada em 2012. O secretário da pasta, Francisco José da Silva, está confiante na mudança para o prédio histórico e acredita que até o primeiro semestre do ano que vem o Instituto de Trânsito e Transporte de Joinville (Ittran), a Defesa Civil e a Guarda Municipal já estarão atendendo junto à secretaria no novo endereço. Antes, o Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj) trabalha na conclusão do projeto de reforma, que se concentrará, entre outros problemas, na recuperação do telhado da antiga concessionária.
- A antiga Prefeitura é hoje o prédio público de tamanho e localização mais adequados para receber estes departamentos, potencializando nosso atendimento. O galpão é ideal para a Defesa Civil fazer arrecadação de alimentos em situações de emergência, por exemplo - justifica Francisco.