A solução construtiva que foi tão útil aos colonizadores do Estado pode ter outra função nos dias de hoje: fazer com que pessoas se aproximem do modo de vida de suas antigas gerações. Este é o perfil dos clientes de Paulo Volles, de Blumenau. O publicitário, que largou uma multinacional em São Paulo para pesquisar e executar a fabricação do enxaimel no Estado, já concluiu a construção de 11 casas em Blumenau, Urubici, Bombinhas, Pomerode, Jaraguá do Sul e Itajaí, além de restaurar outros cinco imóveis.
Volles pesquisa desde 2006 a técnica a partir de viagens à Alemanha e contato com especialistas do país. Desta forma, ele procura chegar o mais próximo possível de como era feito há mais de cem anos pelos imigrantes da região, do uso das ferramentas similares até a escolha dos uniformes dos carpinteiros da obra.
Eu ficava muito chateado quando noticiavam que as casas em enxaimel estavam sendo abandonadas e demolidas. Observava que a Prefeitura de Blumenau e outras alegavam falta de mão de obra para restaurar e por isso a dificuldade de preservar. Senti em mim um chamado pela cultura alemã lembra Volles.
Na busca por mais informações, Volles começou a questionar a forma com que o enxaimel catarinense foi pesquisado até agora. Segundo ele, há um universo de métodos e processos esquecidos, que tornavam o enxaimel uma técnica economicamente viável e uma casa muito durável.
Há modelos de casas aqui que desapareceram na Alemanha durante a Segunda Guerra em regiões que foram totalmente varridas durante os bombardeios aliados.