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A colonização no Vale
Confira como foi a chegada dos imigrantes poloneses à região, suas origens e onde se estabeleceram para formar as comunidade em terras catarinenses:
Fonte: Associação da Cultura Polonesa de Jaraguá do Sul
Tadêus Kempczynski tem no rosto e nos costumes a presença da colonização polonesa
Durante as manhãs Fabiana Kempczynski, filha de Tadêus e Ana, ajuda a mãe nas tarefas da casa e no período da tarde se dedica aos estudos, na Vila Itoupava
O católico Felix Wittkowski é o responsável por manter a tradição das orações feitas em polonês na Igreja Nossa Senhora das Dores
O cemitério da comunidade Treze de Maio Alto fica onde a primeira capela católica foi construída pelos imigrantes que habitavam o local
Vindas das Polônia, as sapatilhas fazem parte do vestuário do Grupo Folclórico Polonês Piaskowa, de Indaial
A construção de 120 anos da família Novak é uma das mais antigas da comunidade Treze de Maio Alto, em Blumenau
Verônica Levandowski herdou a receita do pirogue da família polonesa e constantemente prepara o prato típico para o almoço de domingo
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OPINIÃO
Aqui também se fala polonês
Viegas Fernandes da Costa
Apesar dos outdoors, Blumenau não é somente alemã. Nunca o foi. É verdade que os primeiros 17 imigrantes que aqui chegaram em 1850, com Hermann Blumenau, traziam consigo a germanidade. Porém, sempre vale lembrar, destes, nenhum era alemão, pela simples razão da Alemanha ainda não ter sido inventada naquele ano.
Entre 1850 e 1897 aportaram, no Vale do Itajaí, imigrantes de 21 nacionalidades. Belgas, russos, até gregos! Dentre estes estavam os poloneses, de uma Polônia que na época também não existia como país soberano. Traziam consigo a crença em Nossa Senhora Czestochowa, a arquitetura de sótãos baixos e lambrequins, o idioma eslavo. Não rezavam na crença de Lutero, não pactuavam da mesma cartilha. Eram mão de obra para a colônia, entretanto, braços para a lavoura, e logo tratou-se de alojá-los nos confins do novo território. Lá, onde a terra era mais bravia, a vida mais difícil. Lugares como a Vila Itoupava, o bairro mais polonês de Blumenau.
Os mais vividos ainda contam, sem esconder mágoas, de como poloneses eram separados dos alemães nos bailes de antigamente. A corda no meio do salão era a fronteira visível que interditava a dança entre eslavos e germânicos, e também a partilha do amor e da vida social. Esta corda, que hoje se perpetua em uma campanha de marketing turístico que exclui nossas diferenças e inventa uma identidade única que nunca existiu em Blumenau.
Textos: Pamyle Brugnago
pamyle.brugnago@santa.com.br
Edição: Cleisi Soares
cleisi.soares@santa.com.br
Design e edição de vídeos: Aderlani Furlanetto
aderlani.furlanetto@santa.com.br
Fotos e vídeos: Gilmar de souza
gilmar.souza@santa.com.br