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 | 30/11/2009 18h37min

Falta de consenso adia comunicado oficial ibero-americano sobre eleições em Honduras

Países ainda estão divididos sobre legitimidade do pleito hondurenho

Por falta de consenso, os líderes dos países ibero-americanos deixaram para terça-feira um comunicado oficial sobre o reconhecimento das eleições em Honduras. O texto em negociação vai reforçar a condenação do golpe que tirou o presidente Manuel Zelaya do poder, mas não deverá descartar as eleições de ontem, embora tenham ocorrido sob o comando do governo golpista.

- As eleições constituem um fato e o clima geral é usar positivamente as eleições para encontrar uma saída para a crise em Honduras - disse o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, em rápida declaração, ao fim do primeiro dia da Cúpula do Estoril.

Iglesias admitiu a falta de consenso, mas disse que está otimista em relação ao tom da declaração final. A dificuldade é costurar um texto que amenize o clima de divergências e acusações que marcaram a Cúpula do Estoril. O comunicado deverá ser firme na condenação do golpe que afastou Zelaya, mas moderado em relação à eleição de Porfiro Lobo.

- Queremos saber o que significa a eleição de Porfirio Lobo - disse o secretário-geral ibero-americano.

A Cúpula do Estoril expôs o racha da comunidade internacional em relação às eleições hondurenhas. O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, levantou o tom em defesa do reconhecimento do resultado do pleito em Honduras e, indiretamente, acusou o governo brasileiro de incoerência, uma vez que aceitou a decisão das urnas nas eleições iranianas.

- Há muitos países da comunidade internacional que aceitam as eleições no Irã, que foram questionadas, que se sabe que não foram limpas, que todo mundo sabe que não foram transparentes - disse Arias.

A reação veio do assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que considerou a acusação do ex-mediador da crise em Honduras improcedente.

- Essa comparação, além de indelicada, é improcedente. As eleições no Irã foram convocadas pelo governo iraniano, sobre o qual não havia nenhuma contestação. As eleições em Honduras foram convocadas por um governo golpista. Se quiser fazer uma comparação, o presidente Arias deve procurar um exemplo mais consistente - respondeu Garcia.

AGÊNCIA BRASIL
 
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