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 | 09/10/2008 12h59min

Lula cancela missão de apoio a obras no Equador

Em nota, presidente disse que "últimos acontecimentos constrastam com sua expectativa"

O governo brasileiro iniciou nesta quinta-feira uma espécie de retaliação contra as ameaças do presidente do Equador, Rafael Correa, à permanência da Petrobras no país e também à sua decisão de expulsar a construtora Norberto Odebrecht.

Uma nota divulgada pelo Itamaraty informa que por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cancelada a ida a Quito de uma missão chefiada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no próximo dia 15. Essa missão teria objetivo de tratar do apoio financeiro brasileiro a obras de infra-estrutura viária naquele país.

A nota informa que o embaixador do Brasil em Quito, Antonino Marques Porto e Santos, deve transmitir à chancelaria do Equador que essa atitude se deve aos "últimos desdobramentos envolvendo empresas brasileiras (...), que contrastam com a expectativa de solução favorável quando do recente encontro entre os dois presidentes em Manaus".

O encontro entre Lula e Rafael Correa ocorreu no último dia 30, em Manaus. Esta é a primeira vez que o governo Luiz Inácio Lula da Silva explicita uma reação concreta à atitude de um governo vizinho contra interesses brasileiros. No caso da nacionalização das refinarias da Petrobras pela Bolívia, o governo agiu de maneira mais discreta.

Equador afirma que Odebrecht não poderá continuar no país

O ministro coordenador de Áreas Estratégicas do Equador, Galo Borja, afirmou que a construtora brasileira Odebrecht "não poderá continuar no país", por descumprimentos na execução de obras.

— Já tomamos uma decisão e não podemos fazer mais nada. Trabalhamos muito e, definitivamente, a Odebrecht não poderá continuar no país — disse Borja.

O ministro peruano afirmou que a decisão foi tomada após uma reunião entre líderes do setor energético e o presidente do Equador, Rafael Correa, que teria cedido em alguns pontos para que a Odebrecht continuasse no país.

Correa expulsou no dia 23 de setembro a companhia brasileira do Equador, depois que foram constatados danos estruturais na hidroelétrica San Francisco, cuja infra-estrutura foi de responsabilidade da Odebrecht. A hidroelétrica San Francisco foi inaugurada no final de 2007, mas estava fora de operação desde junho.

A Odebrecht fez uma oferta de pagar as compensações pela represa e de cumprir todas as exigências do Governo para manter suas operações no Equador, onde era responsável pela construção de outra hidroelétrica e de dois projetos hidrológicos.

No dia 2 de outubro, após analisar a proposta da companhia brasileira, Correa afirmou que se inclinava por manter a ordem de expulsão, por considerar que não dava mostras de solucionar os conflitos no Equador.

EFE
 
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