| 08/10/2008 19h09min
A Petrobras pode sair do Equador caso não chegue a um acordo em suas negociações com Quito, mas terá de ser compensada por seus investimentos, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
— Se as negociações não forem favoráveis, a Petrobras sairá, desde que possa sair adequadamente, sendo compensada pelos investimentos que fez — manifestou o ministro a jornalistas no Rio de Janeiro.
No sábado, o presidente do Equador, Rafael Correa, aconselhou cautela às petrolíferas estrangeiras que lá operam e as provocou a investirem, se não desejarem sair dali.
Depois, o ministro de Minas e Petróleos do Equador, Francês Chiriboga, advertiu que se a Petrobras não cumprir as exigências da nova política petrolífera do governo, terá que negociar sua saída.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na terça-feira que a Petrobras poderia sair do Equador, mas confiou em que a negociação chegue "a bom termo".
— O próprio presidente Lula disse que se
Petrobras tiver que sair do Equador sairá. Qual é o problema? Isso não é um problema — disse Amorim hoje.
O chanceler afirmou que o Brasil segue de perto as negociações, travadas diretamente entre a Petrobras e o governo do Equador, e recomendou paciência por se tratar de um processo lento.
— Espero que isso seja resolvido. Acompanhamos e temos dado apoio (a Petrobras) — acrescentou.
Amorim lembrou que o Equador "quer passar todos os investimentos para contratos de prestação de serviços", e que embora algumas empresas já tenham aceitado essa modalidade "outras estão em desacordo".
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, também dissera na véspera que a empresa não pretende permanecer no Equador como prestadora.
Amorim frisou que as negociações tiveram dificuldades por envolverem recursos naturais e empresas estrangeiras.
— Tem um lado muito emocional num país que está em processo
de mudança. Acabam de fazer um referendo e haverá outra escolha — disse
o ministro.
Odebrecht
No mês passado, Rafael Correa expulsou do país a empreiteira Odebrecht após um litígio originado por descoberta de falhas na construção de uma hidroelétrica.
Embora a empresa tenha aceitado depois um acordo, a oposição brasileira reivindica ao governo uma postura mais firme nas relações com o Equador.
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