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 | 04/07/2008 14h47min

Ministro afirma que país está protegido da crise de alimentos, mas não está imune

Guilherme Cassel diz que governo reconhece a seriedade da situação e encontrou o caminho certo para enfrentá-la

O Brasil está bem protegido da crise mundial de alimentos, graças ao progresso da agricultura familiar, mas não está imune às ameaças. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Para ele, o governo precisa agir com responsabilidade e “tomar todos os cuidados”.

– Quando há uma crise de preços de alimentos, a gente sabe que quem sofre primeiro e sofre mais são as camadas mais pobres da população – disse ele nesta sexta-feira, dia 4, em entrevista a emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O ministro afirmou que produzir mais alimentos de consumo diário é a forma de impedir que isso aconteça. Por essa razão, segundo Cassel, a aposta do governo federal é ampliar a produção nacional, em um período de três anos, para 18 milhões de toneladas – o suficiente para abastecer o país durante dois meses e meio – por meio da “modernização acelerada” da agricultura familiar.

– Estamos convencidos de que a crise é séria, mas que encontramos o caminho certo para enfrentá-la – garantiu.

Alimentos básicos

Cassel reforçou o posicionamento do governo em relação à monocultura e afirmou que a prática é ruim não apenas para o agricultor que só planta soja, cana ou eucalipto, mas para a toda a sociedade, que fica sem leite, frango, carne, frutas e outros alimentos consumidos no dia-a-dia.

– A dona-de-casa e o trabalhador, quando vão ao supermercado, compram feijão, arroz, pão, leite. É com isso que a gente tem que se preocupar. A gente tem que garantir a produção de tudo isso para que os preços baixem no supermercado – justificou.

Investimento

Segundo o ministro, atualmente quem investe na produção de alimentos está ganhando dinheiro e estabilidade. Ele acredita que os agricultores brasileiros, aos poucos, começam a perceber que “o papel fundamental” da agricultura familiar no país é garantir mercado interno.

– O financiamento de investimento de até R$ 100 mil por família, com 2% de juros ao ano e os três anos de carência [previstos no Plano Safra Mais Alimentos] são vinculados apenas para a produção de alimentos básicos. As pessoas que moram nas cidades vão enxergar melhor o papel econômico dos agricultores familiares, que vão ter mais estabilidade e mais renda – assegurou.

Biocombustíveis

O ministro lembrou ainda que os investimentos na produção de grãos voltada aos biocombustíveis não devem atrapalhar o aumento da oferta de alimentos, já que apenas 18% do óleo extraído da soja, por exemplo, é utilizado para a produção do biodiesel.

– O restante se transforma em adubo, em alimento para ave, para suíno. Tem sentido do ponto de vista da cadeia alimentar. É diferente, por exemplo, do etanol de milho nos Estado Unidos. Mais de 90% do milho é utilizado [na produção de etanol] – concluiu.

AGÊNCIA BRASIL
 
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