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 | 03/07/2008 12h19min

Agricultura familiar precisa de assistência técnica e acesso ao crédito, afirmam dirigentes estaduais

Representantes de federações de trabalhadores alegam falta de interesse dos bancos e de pessoal para atendimento

A principal dificuldade da agricultura familiar no Brasil não é a disponibilidade de crédito, mas acesso aos recursos e acompanhamento técnico. Esta foi a avaliação feita por dirigentes de federaçãoes de agricultura entrevistados na edição especial do Campo Online, nesta quinta-feira, dia 3, dia do lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar.

Nestor Bonfanti, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), ressaltou como aspecto positivo a simplificação dos financiamentos do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Com esta ação, o governo reúne todas as antigas modalidades de financiamento em uma só categoria.

Outra medida a ser detalhada, nesta quinta-feira, em Brasília, é uma linha especial para a compra de máquinas e equipamentos. O volume de crédito por produtor é de até R$ 100 mil, com prazos de até 10 anos de pagamento e três de carência, a juros de 2%. Bonfanti reconhece que os recursos, da ordem de R$ 13 bilhões, são fundamentais para aumentar a produção, mas insuficientes.

– Sem assistência técnica, não terá resultado o investimento que o governo está fazendo na agricultura familiar. Só a máquina não basta – disse Nestor Bonfanti, para quem a proporção ideal seria 100 famílias atendidas por técnico.

Segundo o dirigente da Fetag, também é preciso dar condições para que o produtor possa planejar e gerir a propriedade, além de ampliar a pesquisa de novas cultivares e para saber se um tipo de cultivo é apropriado para uma determinada região.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a assistência técnica e extensão rural será contemplada no Plano Safra da Agricultura Familiar. O governo prevê ampliar o volume de recursos de R$ 168 milhões para R$ 397 milhões e aumentar a rede de 20 mil para 30 mil técnicos.

Braz Albertini, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp) concorda com a necessidade de mais assistência técnica para a agricultura familiar. Segundo ele, se não houver o suporte necessário, o produtor apenas vai tomar o crédito disponibilizado pelo governo e se tornar mais um endividado.

– Precisamos agregar valor, fazer o produtor vender bem – disse Albertini

Bancos dificultam

Ao Campo Online especial, o dirigente da Fataesp acrescentou que os bancos dificultam o acesso aos financiamentos destinados à agricultura familiar. De acordo com Braz Albertini, há um desinteresse das instituições financeiras em conceder crédito ao setor, em função das próprias dificuldade do produtor em apresentar os projetos para as lavouras.

Albertini destacou que, no ano passado, foram disponibilizados R$ 12 bilhões para os agricultores familiares, mas cerca de R$ 4 bilhões não foram financiados. Para este ano, o governo vai liberar R$ 13 bilhões em crédito.

– Se não houver facilidade, vai sobrar – preveniu o dirigente paulista.

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