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 | 21/11/2010 07h10min

Uma surpresa no vestiário do Grêmio







O jogo terminou e fiquei concentrado só no rádio. Queria ouvir a repercussão da vitória incontestável do Grêmio sobre o Atlético-PR por 3 a 1, que veio graças ao futebol maduro e de alta qualidade apresentado pelo time de Renato Portaluppi. Imaginei que seria este o único assunto, depois de um jogaço como o de ontem no Olímpico.

Então, surpresa. Os próprios dirigentes gastaram energia reclamando da arbitragem. É demais.

Chorar quando o juiz comete erros medonhos como aquele pênalti escandaloso sobre Jonas diante do Fluminense, que Heber Roberto Lopes não deu, é uma coisa. Aí o dirigente tem até obrigação de cobrar. Faz parte das atribuições do cartola colocar parte da culpa na arbitragem. O torcedor gosta. Tudo bem: compreende-se.

Mas a todo instante vira surrealismo. Ontem, o árbitro não interferiu no resultado. O pênalti em Edilson não existiu. O lateral dobra o joelho, se joga e, durante a queda, talvez sua perna tenha tocado a do zagueiro. O árbitro errou, desta vez a favor do Grêmio.

Não houve má intenção contra o Atlético-PR. Se houve erros, foram para os dois lados, no mínimo. Então, porque falar da arbitragem e tirar o foco de uma vitória maiúscula, justa e inatacável do Grêmio? Não deu para entender.

Melhor seria fazer uma elegia a Douglas, um extraclasse entre nós, ou valorizar o fato de o time manter o alto nível mesmo sem Gabriel e Jonas. Até Duda Kroeff, que costuma ter medida nestes assuntos, entrou nessa.

Enfim: vá entender os dirigentes. Tomara que Renato, assim como mudou a cultura gremista de só se fechar fora de casa, termine com a crítica sistemática ao árbitro, independentemente da sua atuação. Falaremos mais de futebol bem jogado, como o do Grêmio de ontem. Será ótimo.

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