| 08/11/2012 20h29min
Rodeado por assessores, em sua sala, o diretor do Departamento de Administração Prisional, Leandro Lima, conversou com o DC por cerca de 45 minutos na tarde desta quinta-feira, em Florianópolis.
Depois de negar qualquer ato de tortura ou violência contra presos em São Pedro de Alcântara, o diretor manteve um discurso forte contra as lideranças criminosas que agem de dentro das prisões catarinenses, os supostos integrantes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
Leandro disse que o motim não teve nenhuma relação com o retorno ao trabalho do diretor da Penitenciária, Carlos Alves, cuja mulher, a agente penitenciária Deise Alves, foi executada na noite de 26 de outubro, em São José.
Na entrevista, Leandro aproveitou para destacar ações que vêm sendo desencadeadas no sistema prisional. Citou, por exemplo, o investimento de R$ 850 mil em armas e munição para os agentes e prisões, os quais afirma que estavam previstos bem antes da morte de Deise.
Com entusiasmo, o diretor mostrou números sobre a quantidade de presos que trabalham hoje nas cadeias: 4.437, em 130 convênios firmados desde 2011.
- Temos a segunda melhor média de presos trabalhando no país e a primeira com a melhor qualidade - garantiu Leandro.
Entrevista: Leandro Lima, diretor do Deap:
Diário Catarinense - O advogado Francisco Ferreira denunciou que teria havido violência contra os presos...
Leandro Lima - A ação do advogado é legítima, mas não aconteceu. O que houve foi um preso que tentou conter um agente e foi controlado. A equipe agiu para conter o tumulto e manter a segurança.
DC - O diretor Carlos Alves esteve envolvido nesse fato?
Leandro - Não. Ele estava longe, no setor administrativo.
DC - O fato não teria relação com a volta do diretor ao trabalho?
Leandro - Nenhuma relação. Acontece que estamos há três anos numa nova linha de ação na Penitenciária, fazendo um regramento aos presos que antes não era obedecido.
DC - Os familiares afirmam que após a morte da agente haveria violência contra os presos...
Leandro - Não houve mudança no comportamento. Isso é uma afronta à memória de Deise e ao profissionalismo dos agentes. O que acontece é que o Estado tomou conta da penitenciária.
DC - Não seria conveniente, até em razão da questão emocional, afastar o diretor nesse momento?
Leandro - Aí eu lhe pergunto o que isso significaria? (Faz referência ao que os presos querem). Tivemos uma boa conversa com o Carlos e, para a linha de trabalho que queremos, ele é a pessoa ideal.
DC - Que medidas estão sendo tomadas para conter as facções nas cadeias?
Leandro - Estamos tomando todas as medidas para manter a disciplina e ampliar o controle de comunicação sobre os presos. Vamos construir parlatórios em todas as 49 prisões do Estado, criar a ala de segurança máxima e ampliar os bloqueadores de celulares.
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