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 | 07/11/2012 22h04min

Advogado de traficante detido na Penitenciária de São Pedro de Alcântara pede investigação sobre suposta violência contra os presos

De acordo com o criminalista Francisco Ferreira, os detentos estariam sendo agredidos dentro da prisão

Diogo Vargas  |  diogo.vargas@diario.com.br

O retorno ao trabalho do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves, nesta quarta-feira, gerou um tumulto entre os presos da unidade. Um grupo de detentos chutou as portas quando soube que Carlos estava de volta ao local.

O diretor é considerado linha dura. Parentes em visita ao local disseram ter visto presos machucados e acusaram os agentes de agressão. O diretor negou que tenha havido espancamentos de detentos dentro da unidade.

De acordo com Alves, a situação tensa de quarta-feira obrigou os agentes ao que ele chamou de "uso progressivo da força", e que tudo foi feito "dentro da legalidade".

O advogado criminalista Francisco Ferreira pedirá à Justiça de São José, na Grande Florianópolis, a abertura de investigação criminal para apurar denúncias de suposta violência contra presos da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.

Francisco disse nesta quarta-feira ter recebido queixas de familiares de seu cliente, o traficante Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, de que presos teriam sido supostamente agredidos dentro da prisão.

Os supostos crimes, relatou o advogado, teriam ocorrido nos últimos dias, coincidentemente, o mesmo período após a morte da agente penitenciária Deise Alves, em São José — Deise era mulher do diretor da Penitenciária, Carlos Alves. 

— Recebi telefonemas de parentes do meu cliente relatando agressões a vários presos e vou pedir ao juiz que seja feito exame de corpo de delito para saber se as denúncias procedem ou não — disse o advogado.

O clima entre presos e agentes na prisão teria ficado tenso nesta quarta-feira, com o retorno do diretor ao trabalho. Um grupo de detentos chutou as portas quando soube que Carlos estava de volta ao local.

O diretor é considerado linha dura. Delegados da Polícia Civil que investigam a execução da agente Deise suspeitam que ela tenha sido morta em represália ao marido, que seria o alvo dos criminosos.

A polícia suspeita que o mandante do assassinato esteja dentro de uma prisão. Até agora, dois suspeitos foram presos temporariamente por envolvimento na morte, que segue sendo investigada por um grupo sob a coordenação de policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Alves não quis explicar qual foi a situação enfrentada pelos agentes, e disse que as informações tinham sido repassadas ao diretor do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, que seria o responsável por atender a imprensa e comentar sobre o caso.

Lima foi procurado pela reportagem, mas estava em reunião e ainda não foi possível o contato.

DIARIO CATARINENSE

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