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Chico e Nara
FOTO:BD
10.out, 1966 | Teatro Record (SP)
2º FESTIVAL
DA RECORD
vencedores
O QUE MARCOU
O Brasil começava a viver o clima de contestação à ditadura no ambiente universitário, e algumas das canções finalistas refletiam, ainda que de forma sutil, este engajamento, atraindo a atenção da vigilância do governo militar. Desde as eliminatórias, o lirismo paroquial de A Banda e o vigor da narrativa sertaneja épica de Disparada despontaram como favoritas, criando um clima de grande torcida para a decisão. A partir de então, os festivais musicais tornaram-se uma iluminada e calorosa caixa de ressonância da temperatura política e cultural do Brasil.
O nome de "segundo" festival deve-se ao fato de a Record ter realizado um primeiro em 1960, no Guarujá, cidade do litoral paulista, que não alcançou maior repercussão. Em 1966, a Record abriga artistas e programas de grande sucesso, o que desperta interesse de todo o país pelo evento.
CURIOSIDADE
Segundo relata Zuza Homem de Mello em seu livro A Era dos Festivais — Uma Parábola, A Banda foi a canção vencedora na decisão do jurados, por sete votos a cinco. Ao ser informado do resultado, Chico Buarque, compositor de A Banda, que se alternou com Nara Leão na apresentação da música durante o festival, disse que não aceitaria ganhar o prêmio sozinho. Ele julgava ser Disparada a maior merecedora da vitória, pela recepção calorosa do público, pelo tom político e social da sua letra (com a história de um boiadeiro e versos como "Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui Rei") e por sua apresentação original (com viola caipira e uma queixada de burro). A solução apaziguadora foi anunciar as duas canções como vitoriosas. A Banda fez grande sucesso tanto na gravação de Nara quanto na de Chico, entre outros registros.
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