| 15/06/2005 00h52min
O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, disse nesta terça, 14 que o partido se defenderá em todas as instâncias das acusações feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
Ele classificou o depoimento como "teatro político" e disse esperar que a opinião pública não aceite essa prática no Congresso Nacional.
– Vamos nos defender à altura, seja nas investigações dentro do Congresso Nacional, seja no terreno da Justiça – disse Genoino.
– É inaceitável que ele (Jefferson) faça, pela terceira vez, um depoimento repetitivo, sem apresentar novidades e sem apresentar provas. O que ele acrescenta é a maneira de transmitir para o país situações que o transformam em uma espécie de acusador quando, na verdade, ele é acusado.
No depoimento, Jefferson afirmou que Genoino e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, deveriam ser questionados sobre a origem dos recursos que financiavam o pagamento de suposta mesada de R$ 30 mil a parlamentares do PP e do PL, o mensalão.
Segundo Jefferson, o dinheiro chegava a Brasília em malas e era distribuído por Delúbio, o publicitário Marcos Valério e o líder do PP na Câmara, José Janene (PR).
– Nunca participei de reunião do Marcos Valério, publicitário, com o senhor Roberto Jefferson ou alguém do PTB – disse Genoino.
Segundo Genoino, não procede a acusação de que o PT teria repassado R$ 4 milhões para o PTB, conforme denúncia do deputado. O PT, de acordo com seu presidente, sempre pautou suas relações com os partidos da base aliada, "incluindo o PTB", em bases políticas. Ele explicou que as contribuições financeiras do PT nas alianças políticas não eram em espécie, mas na confecção de material de campanha, como camisetas, deslocamento de dirigentes e realização de shows, por exemplo.
A relação do PT com o PTB, ressaltou Genoino, começou antes de Jefferson assumir a presidência do partido. Por isso, o presidente do PT acusa o deputado de "se esconder em um companheiro de partido que morreu", referindo-se ao ex-presidente do PTB, José Carlos Martinez.
– As negociações com Martinez sempre foram pautadas pela discussão na composição do governo e pelos cargos que o PTB tinha reivindicado no nosso governo. Algumas dessas reivindicações foram atendidas e outras, não – disse.
O presidente do PT admitiu que manteve reuniões políticas com dirigentes do PTB, mas garantiu que sua relação com o partido sempre foi institucional, representando o PT, e nunca pessoal.
As informações são da Agência Brasil.
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