O estado de saúde de Fidel Castro é estáve", e o presidente cubano descansa para se recuperar o mais rápido possível, disse o presidente do Parlamento de Cuba, Ricardo Alarcón, que justificou o clima de segredo em torno do quadro clínico do líder cubano pela ameaça dos Estados Unidos.

– Seu estado de saúde continua estável e ele está cumprindo com seu dever – o mais importante –, descansando para se recuperar o mais rápido possível – disse Alarcón em entrevista ao canal oficial Cubavisión Internacional transmitida hoje pela CNN em espanhol.

Alarcón afirmou que Cuba está sob a ameaça dos EUA, e que, em tais circunstâncias, Cuba "tem o direito e a obrigação de não fazer seu jogo (dos EUA)".

– Somos discretos e não informamos as coisas que não são indispensáveis em um momento determinado. Não é uma obrigação ficar dando um boletim médico todos os dias –  disse o funcionário cubano em referência à ausência de relatórios sobre a saúde de Fidel que, na segunda e em um episódio sem precedentes, cedeu provisoriamente o poder a seu irmão Raúl, enquanto se recupera de uma cirurgia intestinal.

Segundo Alarcón, Fidel Castro "teve um problema de saúde como conseqüência do trabalho excessivo", já que ele é "um presidente muito trabalhador".

– É tão trabalhador que poucas horas antes de sofrer uma operação complicada e difícil, ele, de próprio punho, redigiu uma proclamação que garante não só o normal, que é a substituição provisória de suas funções como presidente, mas tarefas concretas – acrescentou.

Para o presidente do Parlamento cubano, a situação em Cuba é de "normalidade plena, de forte sentimento de unidade e de solidariedade". Alarcón classificou como "espetáculo vergonhoso e deplorável" os atos de alguns grupos de exilados cubanos em Miami, e disse que talvez "seja difícil para algumas pessoas de fora compreenderem".

– Cuba tem instituições, uma estabilidade muito grande, uma sociedade com altos níveis de educação e um presidente muito trabalhador – completou.

A Cubavisión Internacional divulgou também declarações do ministro da Cultura, Abel Prieto, segundo as quais assegurou que não há riscos de instabilidade em Cuba.

– Tudo isso são ilusões, loucuras, delírios febris de gente que demonstrou nos últimos dias que tem poucos valores humanos. Este país vai funcionar com Raúl Castro, com o Partido Comunista de Cuba, vai esperar o restabelecimento de Fidel com total normalidade, trabalhando com eficiência, com coerência, com unidade – disse.

Na proclamação divulgada na última segunda, Fidel Castro, que no dia 13 de agosto deve completar 80 anos, cedeu provisoriamente suas funções a seu irmão Raúl, de 75 anos, que está acompanhado em sua gestão de seis funcionários de alto escalão do Partido Comunista e do governo.

AGÊNCIA EFE