| 28/09/2008 21h06min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse neste domingo que o plano de resgate financeiro no valor de US$ 700 bilhões com o qual o governo pretende evitar o caos nos mercados fornece os recursos para proteger a economia do país de uma quebra geral.
— Esse plano envia um forte sinal ao mundo de que os EUA estão agindo seriamente na restauração da confiança e da estabilidade do nosso sistema financeiro. Sem o plano de resgate, os custos para a economia norte-americana seriam desastrosos — disse Bush, em comunicado, informou o G1.
Bush ainda considerou o projeto de lei de "muito bom", o que lhe dá grande ímpeto político diante da aprovação do plano.
Os líderes do Congresso dos EUA e a Casa Branca fecharam hoje o acordo sobre o plano. O pacto recebeu o apoio dos candidatos à presidência, o democrata Barack Obama e o republicano John McCain. Após não terem conseguido chegar a um acordo durante a semana, os líderes do Congresso tinham
colocado como meta entrar em consenso
antes da abertura das bolsas na Ásia, conscientes de que o atraso do programa de ajuda poderia levar a uma queda livre dos mercados. Hoje de madrugada, os legisladores conseguiram um acordo, após um dia de reuniões praticamente sem pausa.
— Acho que conseguimos — disse o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, que estava acompanhado pela presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, e do líder da maioria desse partido no Senado, Harry Reid.
Durante a noite e o dia de hoje, os esforços foram para traduzir o princípio de acordo em um texto legislativo concreto. A Câmara de Representantes deve votar a lei na segunda-feira e o Senado fará o mesmo na quarta-feira, pois na terça-feira não haverá sessões, devido ao Ano Novo Judaico.
— Este é um voto difícil, mas, com as melhoras feitas ao projeto de lei, tenho confiança de que o Congresso fará o que é melhor para a economia e o aprovará rapidamente — disse Bush.
Maior intervenção no mercado na
história dos EUA
O programa pretende ser uma das maiores intervenções nos mercados na história dos Estados Unidos. O objetivo é desbloquear o fluxo do crédito, com a aquisição pelo governo da dívida de má qualidade que prejudica os balanços dos bancos. Os mais reticentes à aprovação foram os republicanos da Câmara Baixa, para os quais uma intervenção desse calibre soa como socialismo, palavra "maldita" no discurso político americano.
Eric Cantor, um dos principais negociadores desse grupo, disse hoje à rede de televisão CNN que analisarão os detalhes do projeto para decidir se o apóiam. No entanto, aceitou a idéia de que o governo adquira os títulos que prejudicam o sistema financeiro, o que é um bom sinal diante da aprovação do pacote no Congresso.
Para os legisladores dos dois partidos, a maioria dos quais se apresenta à reeleição em novembro, é uma decisão difícil, pois receberam milhares de ligações e mensagens dos eleitores de
seus distritos contra salvar os banqueiros
de Wall Street. No entanto, pesou o argumento da Administração de que, se nada for feito, seria instalado o caos nas bolsas e o país poderia cair em uma recessão profunda.
As repercussões em nível internacional de um agravamento da crise também seriam profundas, como mostrou este fim de semana a notícia de que o governo britânico pretende nacionalizar o banco hipotecário Bradford & Bingley (B&B).
O senador republicano Judd Gregg anunciou que os legisladores chegaram a um acordo sobre o plano de resgate
Foto:
Mike Theiler, EFE
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