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 | 27/09/2008 21h08min

Congresso dos EUA quer aprovar plano contra crise antes de segunda

Encontro entre líderes do Senado e da Câmara ocorreu neste sábado

Legisladores republicanos e democratas dos Estados Unidos se reuniram neste sábado para esboçar um plano de resgate financeiro de US$ 700 bilhões, na tentativa de aprová-lo antes da abertura das bolsas na segunda-feira. O encontro incluiu os principais líderes do Senado e da Câmara dos Deputados, além dos presidentes de vários comitês.

Segundo Mitch McConnell, líder dos republicanos no Senado, o objetivo é anunciar um acordo no domingo e votar na segunda-feira. O legislador Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado, também deu uma declaração similar, afirmando que espera anunciar amanhã à tarde algum princípio de acordo, restando apenas o projeto de lei por escrito.

No entanto, mais uma vez os republicanos da Câmara de Representantes, mais reticentes quanto à aprovação do pacote de resgate de Wall Street, jogaram um balde de água fria no otimismo. John Boehner, líder desse grupo, disse que embora haja boa vontade nas conversas, ainda ficam muitos temas sobre a mesa. Roy Blunt, seu principal negociador, afirmou que não aceitarão "datas limite artificiais”.

Outro que participa das negociações é o candidato presidencial republicano, John McCain, que em vez de fazer comícios pelo país se dedicou hoje a fazer ligações a seus colegas de seu escritório de campanha em Washington, informou um porta-voz. McCain não participará, no entanto, das reuniões no Capitólio, esclareceu o porta-voz. O último encontro sobre as negociações no qual McCain esteve junto com seu adversário, o democrata Barack Obama, não correu muito bem.

Os republicanos se opõem à intervenção pública, apesar dos próprios mercados desejarem que o governo realize uma injeção de capital.

Desde o fiasco de quinta-feira, os legisladores baixaram o tom de suas vozes e os republicanos da Câmara dos Representantes se sentaram para negociar. Reid disse que houve progressos significativos nas conversas. No mesmo tom se expressou Bush em seu discurso semanal por rádio.

O presidente afirmou que existe um acordo geral sobre os princípios do plano de resgate financeiro, que espera que seja aprovado "muito em breve" pelo Congresso. Ao mesmo tempo, reconheceu que muitos eleitores têm dúvidas sobre o programa, uma vez que comprometerá um grande volume de recursos públicos.

— Quando o governo pede que paguem pelos erros de Wall Street, não parece justo — acrescentou.

No entanto, o presidente americano ressaltou que, se o governo não fizer nada para conter a crise, o país pode sofrer uma recessão "profunda e dolorosa" pela restrição do crédito concedido a empresas e cidadãos.

— Toda nossa economia está em perigo — advertiu Bush.

Mensagem parecida foi dada essa semana pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, e pelo presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, que afirmou que se o programa de resgate ficar retido no Congresso, os mercados não terão outra opção senão esperar o pior. Por essa razão, muitos insistem sobre a necessidade de um acordo para antes da abertura das bolsas na segunda-feira.

Os legisladores têm plena consciência disso, segundo Judd Gregg, que negocia em nome dos republicanos do Senado.

— Todos entendemos que, se não fizermos nada, as conseqüências serão catastróficas — afirmou Gregg.

Na quinta-feira à noite, uma amostra das conseqüências foi dada pela quebra do Washington Mutual, a maior falência bancária da história dos EUA. O governo interveio na instituição e anunciou sua venda ao JP Morgan Chase.

Os republicanos da Câmara dos Representantes insistem em buscar uma solução ao problema que minimize a atuação pública. Propuseram que o governo coordene um fundo com dinheiro privado que ofereça garantias de pagamento dos títulos de má qualidade, em vez de comprá-los. Os democratas se mostraram dispostos a incorporar essa idéia ao plano final, embora só como uma das opções à disposição do Tesouro.

EFE
 
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