| 28/09/2008 17h30min
O Congresso dos Estados Unidos divulgou neste domingo o projeto de lei sobre o plano de resgate financeiro de US$ 700 bilhões com o qual o governo americano pretende combater a desordem nos mercados. O projeto, de 106 páginas, foi redigido às pressas durante a noite e a manhã de hoje, depois que os líderes do Congresso chegaram a um acordo, sobre as linhas gerais, pouco após a meia-noite.
Em comparação, a proposta inicial apresentada ao Congresso pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, há uma semana tinha apenas três páginas. A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse que deixará um período de análise público de 24 horas após a divulgação do documento, o que significa que o voto nessa câmara acontecerá a partir da segunda-feira à tarde.
Depois, o projeto será submetido à votação no Senado. Se não há obstáculos, segue para a Casa Branca, a fim de receber a assinatura do presidente americano, George W. Bush.
O texto
mantém o objetivo central do programa
do governo: o uso de um máximo de US$ 700 bilhões para comprar dívida de má qualidade. No entanto, inclui novas cláusulas negociadas pelos legisladores de ambos os partidos.
Em vez de colocar à disposição do Departamento do Tesouro os US$ 700 bilhões de uma vez, o montante será fracionado. O governo poderá usar US$ 250 bilhões imediatamente e outros US$ 100 bilhões, se Bush determinar que é necessário. O Congresso pode reter os outros US$ 350 bilhões se não estiver satisfeito com o desempenho do programa.
Os democratas também conseguiram introduzir cláusulas para a proteção do contribuinte. O projeto estabelece um conselho de supervisão do programa, que incluirá o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, e o presidente da Securities and Exchange Commission (SEC, comissão de valores mobiliários), Chris Cox, entre outros altos funcionários.
Além disso, os contribuintes receberão direitos de compra de ações
(warrants), e com isso se beneficiarão se as
empresas que receberem a ajuda se recuperarem.
O governo também limitará a renda dos diretores das companhias participantes do programa. Os chefes de empresas em quebra não poderão receber benefícios multimilionários quando forem despedidos. O governo também elevará os impostos a empresas que pagarem a seus diretores acima de US$ 500.000 por ano.
O secretário do Tesouro poderá renegociar os termos das hipotecas adquiridas para ajudar os proprietários de casas com problemas para pagar as dívidas, a fim de evitar o despejo de inquilino.
O projeto também inclui uma cláusula exigida pelos republicanos da Câmara, os mais reticentes em apoiar o programa. Essa disposição dá ao secretário do Tesouro a opção de requerer que os bancos comprem seguros para cobrir sua carteira de títulos vinculados às hipotecas.
O senador republicano Judd Gregg anunciou que os legisladores chegaram a um acordo sobre o plano de resgate
Foto:
Mike Theiler, EFE
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