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 | 29/05/2008 20h33min

FAO reconhece qualidade da produção brasileira de biocombustíveis

Representante do órgão internacional disse que não se pode misturar a realidade do país com a de outros produtores

Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

O representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Tubino, reconheceu nesta quinta-feira, dia 29, a qualidade de produção brasileira de biocombustíveis. A declaração foi feita durante uma audiência sobre a alta dos alimentos e os combustíveis renováveis, na Câmara dos Deputados.

Tubino elogiou a produção brasileira de etanol a partir da cana-de-açúcar e confirmou que não se pode misturar a realidade do Brasil com a de outros países.

– Impossível generalizar a questão dos biocombustíveis já que existem características bastante particulares nas diversas realidades em que esta produção está acontecendo – afirma.

A grande preocupação do governo brasileiro e dos parlamentares da bancada ruralista é em relação às críticas contra os biocombustíveis do atual relator das Nações Unidas para o direito à alimentação, Olivier de Schutter.

Na semana passada, ele sugeriu o congelamento dos investimentos e dos subsídios em favor da produção do etanol e do biodiesel, alegando que os combustíveis renováveis são um fator de peso da alta dos preços dos alimentos.

Tubino reafirmou que esta não é a posição das Nações Unidas. Segundo ele, a ONU é contra a produção de biocombustíveis a partir de alimentos, como é o caso dos Estados Unidos, que utilizam milho como matéria-prima para o produto.

– Nós não vamos apoiar a produção de biocombustíveis se estão sacrificando a segurança alimentar – garantiu.

O diretor do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores, André Aranha do Lago, concordou, mas reconheceu que críticas como essa são prejudiciais à imagem do país e que, por isso, o governo trabalha para mostrar ao mundo que a produção de biocombustíveis do Brasil é sustentável.

– Do ponto de vista econômico é sustentável porque não tem subsídio. Do ponto de vista ambiental ele é sustentável. Graças a anos de experiência, o Brasil melhorou muito a produção sob o ponto de vista ambiental. Inclusive utilizando o bagaço para funcionamento das usinas. E do ponto de vista social também houve progressos muito grandes no Brasil – avalia Lago.

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