A presidência da CPI do Detran preparou nesta quarta-feira um roteiro com pelo menos 10 interrogatórios até o dia 7 de abril. Para dar conta de tantos depoentes, haverá sessão extraordinária no dia 3 de abril.

Um dos depoimentos mais esperados é o do ex-secretário executivo da Fundação de Apoio à Tecnologia e à Ciência (Fatec), Silvestre Selhorst, previsto para segunda-feira. Ex-presidentes e funcionários da Fatec e outros indiciados pela Polícia Federal (PF) da Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae) também serão ouvidos.

A irmã do suposto lobista Lair Ferst, Rosana, e o cunhado dele, Alfredo Telles, também estão na lista.

— A idéia é perseguir o rastro do dinheiro desviado do Detran (cerca de R$ 40 milhões). É um dinheiro que saiu do bolso do contribuinte e foi para o Detran e as sistemistas (empresas subcontratadas). Vamos ver onde foi gasto — disse o presidente da comissão, Fabiano Pereira (PT).

Nesta quarta, os deputados Elvino Bohn Gass (PT) e Paulo Azeredo (PDT) protocolaram requerimentos para que a comissão convoque o secretário-geral do governo Yeda Crusius, Delson Martini, citado pelos envolvidos na fraude do Detran, e o secretário de Governo de Canoas, Francisco Fraga, indiciado pela PF. Os requerimentos serão votados pela CPI na segunda-feira.

— Fraga se apresentava como interlocutor do governo. Temos de ver quem o autorizou e os interesses por trás disso — disse Bohn Gass.

Azeredo também encaminhou pedido para que os ex-presidentes do Detran Flavio Vaz Netto e Carlos Ubiratan dos Santos sejam ouvidos novamente após as revelações do depoimento de Selhorst por Zero Hora e pela Rádio Gaúcha nesta quarta.