O ex-diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Flávio Vaz Netto disse nesta segunda-feira à CPI da autarquia ter levado ao conhecimento da governadora Yeda Crusius o aumento de preço que haveria nas carteiras de motorista com a troca das fundações responsáveis pela sua confecção. A governadora teria preferido manter uma entidade gaúcha ao invés de contratar a Fundação Carlos Chagas para esse serviço, afirmou Vaz Netto.

A troca foi decidida devido a problemas na autarquia, segundo depoimento de Vaz Netto prestado à Polícia Federal (PF), cujas cópias foram distribuídas hoje aos deputados. No depoimento, o ex-diretor-presidente aponta que a governadora lhe pediu para que, quando houve a troca da Fatec para a Fundae para a realização dos exames de motorista, "não se repetissem os problemas verificados" com a primeira. A referência diz respeito a subcontratos e "penduricalhos", conforme o texto, de quando a Fatec era a responsável pelos testes.

O porta-voz da governadora, Paulo Fona, disse que Yeda aceitou a troca da Fatec pela Fundae, sugerida por Vaz Netto, porque havia uma orientação no governo para que houvesse redução de 30% nas despesas dos órgãos, e a mudança contemplaria essa economia. Fona confirmou haver preferência pela contratação de uma fundação gaúcha.

Sobre a governadora saber a respeito de problemas na Fatec, o porta-voz ressaltou que havia uma inspeção no Detran, na época, em relação ao contrato. Yeda soube por Vaz Netto da existência desses problemas, informou Fona.