| 20/12/2009 22h46min
O vice-governador Leonel Pavan (PSDB) disse, no final da tarde deste domingo, ao governador Luiz Henrique (PMDB) que não assumirá o governo interinamente no dia 5 de janeiro.
A posição oficial é de ter mais tempo para preparar a defesa, mas o problema estaria na falta de uma definição do Tribunal de Justiça sobre a denúncia encaminhada pelo Ministério Público (MP) com base na Operação Transparência da Polícia Federal (PF), que só deve ocorrer em fevereiro.
A reunião, na residência oficial do governador, a Casa d'Agronômica, foi acompanhada pelo secretário de Articulação Internacional, Vinícius Lummertz, e pelo presidente do Badesc e de Honra do PSDB, Dalírio Beber.
Pavan comunicou a decisão a Luiz Henrique, que, segundo assessores, ainda tentou ponderar para que o vice reavaliasse sua posição.
Pavan decidiu também que não há data para assumir o governo. Denunciado por corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de
sigilo funcional pelo MP estadual, o vice-governador
considera que não conseguirá manter os pés em duas canoas: governar interinamente e, ao mesmo tempo, cuidar de sua defesa no Tribunal de Justiça.
Na entrevista ao DC na sexta-feira, Pavan disse que nunca falou sobre dinheiro ou alguém lhe pediu algo ilícito. A PF e o MP garantem que houve pagamento de R$ 100 mil ao vice-governador pelos representantes da empresa Arrows Petróleo do Brasil para que intermediasse a liberação da inscrição estadual, cancelada pela Fazenda em março.
A transferência do comando para o vice-governador no início de janeiro era promessa de Luiz Henrique, que pretendia tirar férias e licenças até o dia 1° de abril, data limite para renunciar ao cargo a fim de concorrer ao Senado.
A manifestação de Pavan, neste domingo, não se refere à posse em definitivo, quando Luiz Henrique deixar o cargo. Até lá, o vice pede pressa na decisão da Justiça, pois não quer que uma eventual abertura de processo criminal suba
para o Superior Tribunal de Justiça, caso já
esteja à frente do governo em definitivo, o que prolongaria a análise do caso e deixaria Pavan em situação delicada para o projeto de concorrer ao governo em outubro.
Apoio
Antes da manifestação deste domingo, diversos segmentos do PSDB sustentavam, em notas públicas, que Pavan deveria assumir dia 5.
As mulheres tucanas foram além: sob o comando da presidente, a prefeita de Camboriú, Luiza Mathias, fizeram dezenas de contatos telefônicos com líderes e filiados do Estado para reiterar o apoio e a confiança no vice-governador.
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