| 26/08/2011 08h10min
A ginástica rítmica do Brasil confirmou a vaga para os Jogos Pan-Americanos em dezembro de 2010, durante o Pré-Pan, e a gaúcha Eliane Sampaio estava lá. Além de ajudar na conquista da seleção, ela foi a única brasileira a trazer na bagagem duas medalhas de bronze: uma por equipes e uma no aparelho corda. Mas, a menos de dois meses para o Pan de Guadalajara, uma mudança surpreendeu a ginasta: Eliane, que competia na categoria individual até então, passaria a integrar a seleção de conjunto pela primeira vez.
– O que minha técnica achar certo eu vou abraçar e fazer com o maior carinho. Vou dar o melhor de mim – disse confiante em entrevista ao clicEsportes.
O objetivo da Confederação Brasileira de Ginástica com a troca era fortalecer a equipe, já que Eliane é a segunda colocada no ranking de ginastas do país. Com apenas 19 anos, ela não hesitou e encarou o desafio com otimismo.
Com a mudança de categoria, a rotina de treinamentos de Eliane também sofreu alterações. A ginasta deixou a sede do Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, e viajou mais de 3 mil quilômetros até Aracaju, capital de Sergipe, para treinar com a seleção de conjunto.
– Estou tão focada. Acordo e durmo pensando no Pan – conta Eliane.
O início e as conquistas
A habilidade de Eliane para o esporte começou a ser notada nas brincadeiras que exigiam muita elasticidade durante sua infância. Por influência de uma prima, que era integrante da equipe principal do Grêmio Náutico União na época, começou a praticar ginástica rítmica aos sete anos. Com nove, já fazia parte da equipe principal do clube, participando de campeonatos estaduais e nacionais, e começava a consolidar uma carreira cheia de conquistas.
A estreia em competições internacionais veio em 2003, na Copa Pan-Americana de Clubes, na Venezuela, onde ficou em terceiro lugar no aparelho corda. Em 2004 e 2005 foi campeã brasileira individual. Em 2009, participou como a única representante brasileira nos Jogos Mundiais de Taiwan – sendo esta a primeira participação do país no evento. Neste mesmo ano, passou a integrar a seleção individual de ginástica rítmica e a representar o Brasil em diversas competições.
Porém nem só de glórias vive uma atleta. Com expressão de desânimo, Eliane lamenta as perdas que teve durante todos estes anos na ginástica rítmica:
– Tive que abrir mão de muita coisa: festas, namorado, estudo - reprovei dois anos no colégio – conta ela.
A Olimpíada
– Na próxima Olimpíada é difícil, tem que estar entre as 24 melhores do mundo. O leste europeu é muito forte no esporte, ainda estamos na metade do caminho. Mas em 2016 já dá para sonhar – disse Eliane quando ainda competia na categoria individual.
A ginasta gaúcha nem imaginava o que estava por vir. A troca para a seleção de conjunto permitiu que ela não adiasse o sonho até 2016 e voltasse a acreditar na classificação para a Olimpíada de Londres, em 2012.
A vaga poderá ser definida no Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, que ocorre de 19 a 25 de setembro em Montpellier, na França. Para garantir lugar entre as 12 seleções que estarão nos Jogos Olímpicos, o Brasil precisa ficar entre os 10 primeiros conjuntos na competição ou ser o melhor colocado das Américas.
SAIBA MAIS:
Individual x Conjunto
Na competição individual as atletas apresentam quatro rotinas diferentes, uma para cada aparelho. Já na de grupos são duas as apresentações: na primeira, as cinco ginastas utilizam cinco aparelhos idênticos, enquanto na segunda, apresentam-se com dois distintos. Estas apresentações variam em tempo. Enquanto as individuais duram 1m15s, as por grupo duram 2m3s.
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