Notícias

 | 22/07/2011 08h10min

Gaúchos de olho no Pan: Esgrimista Tywilliam Guzenski está próximo de confirmar vaga em Guadalajara

Atleta da Sogipa é o primeiro no ranking nacional da categoria sabre adulto

Precisão, paciência, segurança. Características indispensáveis para o sucesso de um esgrimista e difíceis de se exigir de um jovem de 22 anos. Mas o porto-alegrense Tywilliam Guzenski se encaixa neste perfil. Com 13 anos dedicados ao esporte, ele está perto de representar o Brasil nos Jogos Panamericanos de Guadalajara. Hoje, é o brasileiro mais bem colocado na categoria sabre adulto, na qual três atletas se classificam. Entretanto, apesar da grande possibilidade confirmar a vaga em agosto, prefere não ficar na expectativa:


 — Tem que ter naturalidade para encarar a situação. Quando criança, nunca imaginei que isto fosse possível, mas agora vejo que é — comenta.


Tywilliam conheceu a esgrima na Sogipa, onde sempre treinou. O que começou como uma brincadeira no turno inverso da aula tornou-se coisa séria quando despontou como uma promessa da modalidade. Ele compete desde os 14 na categoria adulto e treina, hoje, em média três horas por dia, seis vezes por semana. Quem o prepara para os campeonatos é o técnico cubano Juan Velásquez. Exigente, Velásquez, que já treinou a seleção de seu país, corrige cada erro de Tywilliam interrompendo as sessões de treino com um característico “Ai, ai, ai!”. O jovem admira a dedicação do mestre:


— Ele não para um minuto. Atende a todos de forma igual e nos mostra sempre como podemos melhorar.


 Apaixonado pelo esporte, reconhece que é difícil as pessoas se interessarem. Além de não ser popular e de não ter uma fácil compreensão, a esgrima é cara para se começar. O investimento no equipamento de treinos e competições, que inclui a arma e a roupa especial feita de kevlar — material resistente com o qual são produzidos os coletes à prova de balas — é um fator que afasta potenciais praticantes.


— Tenho consciência de que nunca vai ser um esporte de massa, mas acho a esgrima muito bonita — comenta Tywilliam.



Foto: Gustavo Sardi

 A roupa pesada parece não ser compatível com a rapidez dos movimentos da esgrima. Durante o treino, o que se escuta são os sons dos passos, os cortes no ar promovidos pela arma, e os cliques metálicos resultantes do choque entre elas, num fluxo constante. Entretanto, se o peso da vestimenta não aparece, o calor dentro dela se torna evidente nos poucos momentos de silêncio, os intervalos. Ao retirar a máscara escura do rosto para recuperar o ar entre uma série e outra do treino, o suor verte na testa do esgrimista. As palavras faltam às vezes, e o que sobra é tempo pra fazer uma brincadeira:


— Pelo menos não estamos Rio de Janeiro. Já vi gente desmaiar em competição — comenta antes de recolocar a máscara e prosseguir no treino.


A agilidade vista nos combates de esgrima esconde a idade máxima dos atletas. Tywilliam garante que o topo da carreira do esgrimista chega com a sua experiência, próximo dos 30 anos. Segundo ele, em países em que o esporte é mais desenvolvido, como a Itália, há atletas que estendem a carreira, em nível competitivo, até próximo dos 40 anos. No entanto, não sabe até quando deve combater. Tem a ideia clara de seguir no mínimo até 2016, para tentar competir na Olimpíada do Rio. Em paralelo ao esporte, o esgrimista cursa Relações Internacionais no Unilasalle, em Canoas.


— Sempre gostei da área e gostaria trabalhar nisso algum dia, mas não sei o que me aguarda — explica.

CLICESPORTES
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.