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 | 19/08/2011 08h11min

Gaúchos de olho no Pan: Atleta do salto triplo ainda busca vaga

Gisele de Oliveira não conseguiu o índice para o Pan no Troféu Brasil

Sete segundos de corrida antecedem um, dois saltos e um vôo silencioso. O som volta com a pancada seca da aterrissagem. Depois de bater a areia do corpo, a triplista Gisele de Oliveira mede a distância saltada e se prepara para ir de novo. Ainda sem vaga definida no Pan de Guadalajara, dedica-se para atingir o índice de 14,19 metros. O melhor salto do ano ficou quase 40 centímetros abaixo da marca. Ainda assim, ela se mostra confiante:

— Já me vejo em condições de saltar a distância mínima para ir ao México — afirma.

Gisele tinha expectativa de confirmar presença em Guadalajara no Troféu Brasil de Atletismo, disputado no início do mês. Isto não aconteceu, apesar de a atleta ter ficado com a medalha de prata. Quem já está garantida nos Jogos é a pernambucana Keila Costa, a quem Gisele prefere não chamar de adversária:

— A competição é contra mim mesma e a marca — comenta, com um sorriso no rosto e com a experiência dos 30 anos.

Foto:Fernando Lopes

Atleta olímpica em Pequim/2008, Gisele de Oliveira sabe o significado de ter um estádio lotado de pessoas para assisti-la competir. Em contrapartida, nunca disputou um Pan-Americano. Em 2007, sofreu uma lesão séria no joelho esquerdo que a impossibilitou de ir ao Rio. Mais do que isso, teve seu retorno às pistas dado como incerto por especialistas. Contrariando todos eles, conseguiu índice para a Olimpíada chinesa em sua primeira competição.

— A primeira pessoa que abracei foi meu fisioterapeuta. Agradeci por ele ter acreditado em mim — lembra.

Como resultado da lesão, uma condromalácia patelar, Gisele não tem mais a cartilagem no joelho esquerdo. Como ela própria diz, precisou aprender a ouvir seu corpo, já que ficar sem o atletismo era impensável para ela. Foi por meio da prática desportiva que obteve as melhores oportunidades da sua vida, como conhecer diferentes partes do mundo e cursar a faculdade de Comércio Exterior nos Estados Unidos.

Foto:Fernando Lopes

Além de cuidar de si própria, Gisele não consegue esconder a preocupação de que outros atletas também possam se lesionar. Durante o horário de treino, outros saltadores mais jovens, menos experientes e possivelmente mais desprendidos dos cuidados com o corpo  a acompanham. Gisele não deixa de dar dicas, de transmitir seu conhecimento e tampouco de dar bons puxões de orelha:

— O movimento está errado. Tu vais machucar teu joelho assim — fala alto e claro para que todos escutem.

Foto: Gabriel Oro

Ciente de que se aproxima do fim da carreira, Gisele de Oliveira coloca como meta final a Olimpíada de Londres/2012. Depois, não pretende ser treinadora, e sim trabalhar com logística, área que estuda em seu segundo curso de nível superior. Mas por enquanto, o que ela quer mesmo é aproveitar as competições, que não perdem seu valor apesar de já fazerem parte de sua vida desde a adolescência:

— A emoção de competir nunca se perde. Acho que só se acentua quando estamos próximos de encerrar a carreira — explica.

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