A classificação à final da Copa Audi não aconteceu. O Inter acabou derrotado nos pênaltis para o Barcelona nesta terça-feira em Munique. Mas a impressão deixada foi boa, muito melhor do que o primeiro tempo sinalizava. Valeu pela reação da etapa final, num jogo cheio de alternativas, personagens e, melhor ainda, com muitos gols. Lances marcantes não faltaram no reencontro das equipes desde o Mundial de 2006. Abaixo, o clicEsportes lista 10 momentos. Confira:

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Chute (quase) zero

Eram seis minutos do primeiro tempo. Ali, o tempo congelou para o ataque do Inter. Foi o momento do único chute colorado com bola rolando nos 45 minutos iniciais. O meia pegou de perna esquerda, um chute forte, mas muito alto sobre o gol. Depois, apenas uma tentativa frustrada de D'Alessandro, em cobrança de falta. O Inter criou quase nada e preocupou a sua torcida.


Estilo Barça

Não foi fácil para os colorados assistirem ao primeiro tempo. Compactado e com um toque de bola envolvente, o Barcelona elevou à máxima potência o seu estilo diferenciado de jogar futebol. Além do 1 a 0 contra, o Inter terminou a etapa inicial com apenas 31% de posse de bola. Muriel precisou fazer quatro defesas difíceis. Além de uma bola na trave. Ufa, ainda bem que havia um intervalo no meio do caminho


Faltou ver o DVD

Certamente, o Inter estudou o Barcelona antes da partida. Mas faltou assistir um pouco mais à equipe de Guardiola. O gol inaugural, marcado por Thiago Alcântara, saiu de uma jogada ensaiada já bastante praticada pelo clube catalão. Na final da última Liga dos Campeões, diante do Manchester United, o Barcelona tentou a mesma trama, mas acabou dando errado. Nesta terça, deu certo: Iniesta cobrou a falta rasteiro para Busquets, que, num toque, deixou Thiago na cara gol. Triangulação perfeita.


Santo intervalo

Osmar Loss está como interino no cargo, sim — ainda não há definição sobre o substituto de Falcão. Mas uma conclusão se pode tirar do curto trabalho do treinador: Loss sabe mudar o time para o segundo tempo. Assim aconteceu contra o Avaí, na virada por 3 a 1. E voltou a se repetir nesta terça, em Munique. Segundo ele próprio explicou após o jogo, a evolução do Inter na etapa final se deve uma correção no movimento dos volantes. Além disso, sacou Elton, colocou Ricardo Goulart e o time ganhou mais opções na frente. D'Alessandro cresceu bastante no segundo tempo.


Efeito colateral

Se o intervalo surgiu como uma bênção para o Inter, foi vital para a queda de rendimento do Barcelona. Iniesta, melhor em campo e maestro do time catalão, deixou a equipe. O time perdeu volume de jogo. David Villa (foto), um dos artilheiros da última Copa do Mundo, entrou no segundo tempo, mas muito abaixo do que costuma produzir. O Barça, claro, continuava perigoso, mas longe da supremacia do início da partida.


Um novo Gabiru

Herói do Inter no Mundial de 2006, Adriano Gabiru ressurgiu na tarde desta terça. Não, ele não jogou contra o Barcelona. Mas um jogador reviveu o seu momento. Assim como Gabiru, Nei sofre críticas da torcida, que o quer longe do time. Chegou a vaiá-lo contra o São Paulo, há duas semanas. Curiosamente, foi do lateral-direito o gol do primeiro empate, aos 10 minutos. Bastou a bola roçar a rede para o Twitter ser invadido por mensagens comparando Nei a Gabiru.


Muralha afirmada

O Inter parece ter encontrado o seu camisa 1. Sob os olhares do mundo, Muriel, 24 anos, não tremeu no Allianz Arena. Saiu do gol sempre com segurança, por baixo ou pelo alto. Foi muito exigido, praticou ao menos oito defesas complicadas e surgiu como a fortaleza da equipe nos momentos mais difíceis. Nas penalidades, fez sua parte, agarrou a cobrança de Jeffren.


Fator Bigode

Graças a Damião, o bigode do pai Natalino agora é famoso mundialmente. Tudo porque o centroavante fez a sua parte em campo nesta terça. Na maioria do tempo isolado na frente, brigou sozinho contra os zagueiros e conseguiu cinco situações perigosas contra o Barcelona. Na última delas, o merecido gol, num bonito golpe de cabeça. Isolou uma cobrança na série de penalidades, mas sai fortalecido como um centroavante de exceção. Se alguém ainda não o conhecia, aí está Leandro Damião.


Gurizada medonha

Eles entraram e encararam a bronca. Fala-se aqui do trio Zé Mário, João Paulo e Lucas Roggia. Nunca haviam atuado entre os profissionais e não se amedrontaram com o suntuoso Allianz Arena, muito menos com o poderoso Barcelona. João Paulo se destacou: fez o cruzamento para o gol de Damião e ainda acertou uma das penalidades. Zé Mário (foto) acabou marcado por isolar uma das cobranças. Osmar Loss, no entanto, o absolveu.

— Os meninos passaram por uma experiência interessante, vão amadurecer. Principalmente o Zé Mário, que perdeu o pênalti, mas o Damião também perdeu.


À la Copa América

O Inter buscou o empate no fim, animou a torcida, mas... tudo virou pó nos pênaltis. Muriel defendeu o chute de Jeffren, mas Leandro Damião e o garoto Zé Mário cobraram muito mal. Isolaram para longe a vaga à final da Copa Audi. Não foi na quantidade, mas lembrou, sim, os pênaltis desperdiçados pela Seleção nas quartas de final da Copa América. Só neste ano, o Inter já disputou quatro decisões na marca penal, com aproveitamento de 50%.


> Ficha técnica - Copa Audi (semifinal)

Inter - 2 (2)
Muriel; Nei (Zé Mário), Bolívar, Moledo e Kleber; Elton (Ricardo Goulart), Tinga (Wilson Matias), Bolatti (Glaydson), Andrezinho (Lucas Roggia) e D'Alessandro (João Paulo); Leandro Damião. Técnico: Osmar Loss (interino)

Barcelona - 2 (4)
Valdés (Pinto), Riverola (Balliu), Busquets (Armando), Fontàs (Rosell) e Maxwell (Abidal); Iniesta (Jonathan), Keita (Espinosa) e Thiago Alcantara (Carmona); Soriano (Pedro), Afellay (Villa), Cuenca (Jeffren). Técnico: Pep Guardiola

Data: 26/07/2011
Local: Estádio Allianz Arena, em Munique
Gols: Thiago, aos 14 minutos do 1º tempo. Nei, aos 10 minutos; Jonathan dos Santos, aos 18 minutos e Damião, aos 40 minutos do 2º tempo
Nos pênaltis, marcaram Villa, Jonathan dos Santos, Carmona e Armando para o o Barcelona; Kleber e João Paulo fizeram para o Inter. Perderam Leandro Damião, José Mário e Jeffren
Cartões amarelos: Moledo, aos 31 minutos; Busquets, aos 44 minutos do 1º tempo. Tinga, aos 22 minutos  do 2º tempo
Público: 34 mil pessoas

>>> Confira o Guia da Copa Audi: