| 07/07/2011 12h35min
Afastado pela presidente Dilma Rousseff como um dos envolvidos no suposto esquema de cobrança de propina do Ministério dos Transportes, o servidor público Mauro Barbosa Silva está construindo uma casa de 1.300 metros quadrados na privilegiada área do Lago Sul, em Brasília. Pelo tamanho e pela proximidade do imóvel do Lago do Paranoá, corretores avaliam que a construção custará cerca de R$ 4 milhões.
Barbosa era, até a semana passada, o chefe de gabinete do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Segundo reportagem da revista Veja, Barbosa seria "o dono da chave do cofre". Ele é sobrinho de José Francisco das Neves, o Juquinha, afastado da direção da Valec. A obra está em ritmo acelerado, a ponto de o engenheiro responsável, Rodrigo Gabriel da Silva, prever que estará pronta em seis meses. Menos otimista, Barbosa acredita que a previsão só se confirmará "se tudo correr bem".
Certidão do cartório de imóveis mostra que ele e a mulher, Gloraci Barbosa, compraram o terreno em novembro de 2009 por R$ 600 mil, quando a avaliação superava R$ 1 milhão. O mesmo documento mostra que o casal tomou empréstimo de R$ 400 mil na Caixa Econômica Federal.
Entenda o caso
A reportagem publicada pela revista Veja desta semana revela o funcionamento de um suposto esquema no Ministério dos Transportes baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias.
Em decorrência da denúncia, foram afastados, no último sábado, de seus cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.
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