| 02/03/2007 14h36min
Os países da Organização Mundial do Comércio (OMC) concluíram hoje uma semana de negociações sobre a abertura de mercados para produtos industriais (Nama), com certo grau de otimismo, mas o reconhecimento de que qualquer avanço real continua dependendo de progressos na parte agrícola.
O presidente do grupo negociador de Nama e embaixador do Canadá, Don Stephenson, disse hoje que, nos últimos dias, os países-membros da organização avançaram nessa área, mas reconheceu que a agenda de trabalho fora "limitada".
– O nível de conversas substanciais aumentou significativamente, e existe a impressão de que algo grande pode acontecer em breve – afirmou o embaixador em entrevista coletiva após o fim da reunião.
No entanto, também reconheceu que os países mantêm posições "cautelosas" e que o avanço do processo de negociação depende, na realidade, de as principais potências comerciais chegarem a um entendimento sobre a agricultura.
As negociações sobre esse setor continuam sendo a chave para que a Rodada do Desenvolvimento de Doha, lançada em 2001, se encaminhe rumo a um acordo ou fracasse definitivamente. Os países da OMC acordaram em janeiro retomar as negociações que estavam paralisadas desde o fim de julho de 2006 devido às divergências entre Estados Unidos, União Européia, Brasil, Japão, Austrália e Índia sobre agricultura.
No entanto, as conversas se mantêm em nível estritamente técnico, e os representantes dos principais países negociadores ainda esperam sinais políticos dos governos.
Em uma tentativa de criar as circunstâncias para que esse impulso político tome forma, devem chegar a Genebra na próxima semana o chanceler do Brasil, Celso Amorim, o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, o comissário do Comércio europeu, Peter Mandelson, e a representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Susan Schwab. Essas autoridades teriam conversas bilaterais e, segundo as fontes, ainda não está prevista nenhuma reunião entre os quatro.
AGÊNCIA EFE