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 | 22/02/2007 16h27min

Índia critica propostas de países desenvolvidos

Indianos crêem que redução de tarifas dos emergentes foge do objetivo de Doha

O governo indiano afirmou nesta quinta que as propostas dos países ricos de que as economias emergentes reduzam as tarifas alfandegárias sobre bens industriais enfraquecem o objetivo da Rodada de Doha, que é promover o desenvolvimento.

“As propostas que os países desenvolvidos fizeram nos últimos meses não apenas desprezam o mandato de reciprocidade, mas parecem querer apagar a dimensão do desenvolvimento da Rodada”, afirmou em comunicado o Ministério de Indústria e Comércio da Índia.

A Rodada de Doha, que começou em 2001 e que deveria ter sido encerrada no final de 2006, tem o objetivo de aprofundar a liberalização comercial da agricultura, da indústria e dos serviços, beneficiando os países em desenvolvimento.

No entanto, as negociações foram interrompidas em julho, quando a União Européia (UE), Estados Unidos, Brasil, Índia, Japão e Austrália foram incapazes de alcançar um acordo sobre a redução dos subsídios à agricultura e das tarifas agrícolas e industriais.

Enquanto UE e EUA querem que potências agrícolas como Índia e Brasil reduzam suas tarifas industriais, os dois últimos pedem que Washington e Bruxelas cortem seus subsídios agrícolas e abram mais seus mercados para a agricultura das economias emergentes.

O comunicado indiano também rebateu o argumento de que os países desenvolvidos já diminuíram suas tarifas, alegando que ainda há impostos altos em produtos que os países pobres estariam dispostos a exportar.

Há apenas cinco dias, o diretor de Comércio da UE, David O'Sullivan, alinhado às reivindicações americanas, pediu, em visita a Nova Délhi, que a Índia se prepare para uma abertura maior de seu mercado para os bens industriais do exterior.

AGÊNCIA O GLOBO
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