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 | 07/01/2007 17h33min

Planalto recua de intervenção na disputa da Câmara

Candidaturas serão estendidas até que uma delas se consolide

Diante do impasse na eleição para o comando da Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mudar a estratégia do governo antes de sair de férias por 10 dias: vai esticar ao máximo a permanência das candidaturas dos deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). A avaliação do Palácio do Planalto é de que isso deve impedir o surgimento de uma eventual candidatura com força no chamado baixo clero, que soma cerca de 300 deputados.

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, começa nesta segunda a conversar com presidentes dos partidos da base aliada sobre a sucessão. Nas conversas, serão mapeadas as intenções de voto no atual presidente da Casa e no líder do governo na Câmara, e as chances de crescimento do movimento da "terceira via", capitaneado por deputados como Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ).

A mudança de atitude do Planalto foi motivada pela articulação de uma candidatura que está sendo lançada pelo chamado "grupo ético" da Câmara dos Deputados. A avaliação, feita pelo próprio Lula a interlocutores, é de que essa candidatura não tem força para derrotar o governo, mas, além de tumultuar o ambiente, pode criar um clima propício ao surgimento de um nome forte com apelo entre os parlamentares, como foi a campanha do ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), em fevereiro de 2005.

Por temer uma confusão ainda maior, Lula decidiu que só fará um gesto de intervenção, se necessário, nos momentos finais da disputa. Na semana passada, ao perceber que Aldo e Chinaglia haviam avançado em suas candidaturas, Lula pediu que os dois acertassem um pacto de convivência para evitar agressões durante a campanha, o que foi feito na sexta. O presidente advertiu que eles eram da base aliada e que uma disputa sangrenta só traria problemas ao seu governo. Aldo e Chinaglia ignoraram, no entanto, os pedidos do Planalto.

– Diante da situação atual, o mais importante é que o vitorioso seja um candidato da base, seja Aldo ou Chinaglia. Mas o presidente quer a unidade. Esse é o cenário ideal – disse o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que na semana passada esteve com Lula.

A expectativa no Planalto é que os dois candidatos continuem suas campanhas até que um deles se consolide como o mais forte. Então, diante de um quadro claro sobre qual dos dois tem chances concretas de ganhar, será a hora de um acordo, de um recuo do que estiver em desvantagem.

AGÊNCIA O GLOBO
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