| 04/01/2007 09h55min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva interferiu pessoalmente na sucessão da Câmara, na noite desta quarta-feira, ao se encontrar, separadamente, com o candidato do PT à Presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), e, mais tarde, com o presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Para garantir uma candidatura única da base aliada, Lula poderá oferecer um ministério a um deles, de acordo com o blog de Josias de Souza.
O blogueiro baseia-se na declaração do ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, de que o governo já teria "soluções em vista" para resolver o impasse e de que, se ambos têm estatura para ser presidente da Câmara, também têm estatura para participar do primeiro escalão do governo.
Ontem à noite, segundo interlocutores do presidente, Lula quis saber da situação na Casa e disse que "não quer brincadeira" na disputa, reafirmando o discurso de que é importante a base estar unida e que não pode haver surpresas, como uma derrota. Assessores negam que Lula tenha pedido para algum dos candidatos desistir.
O deputado Arlindo Chinaglia, por meio de assessores, disse que "saiu bem satisfeito" do encontro. Aldo Rebelo, por meio da assessoria, informou que confirmou sua candidatura ao presidente Lula. Os dois reafirmaram que o presidente não pediu a retirada da candidatura de um em favor de outro.
Chinaglia, desafiou, nesta quarta, o presidente da Câmara a participar de uma prévia na base aliada para que se tenha um candidato único na disputa pelo comando da Câmara. Chinaglia fez a proposta assim que saiu de encontro com o presidente do PMDB, Michel Temer. Mais cedo, Rebelo partira para o ataque ao fazer a Temer proposta igual à feita pelo PT, comprometendo-se com a candidatura do PMDB em 2009 em troca de apoio agora.
PFL, PP e PSDB não aceitam dar cheque em branco aos peemedebistas, mas concordam que o PSB e o PCdoB assinem o acordo em favor de Rebelo. Para aliados dele, seria o naufrágio da candidatura Chinaglia.
– Isso mostra que a candidatura do Aldo está crescendo. O PFL não pode assinar um acordo desses porque o PMDB não respeitou o regimento que dá a maioria ao PFL no Senado, para disputar lá a presidência. Mas respeita se o PSB e o PCdoB assinarem. O Aldo, como presidente da instituição, também não deve assinar – ponderou o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), do núcleo da campanha pela reeleição.
AGÊNCIA O GLOBO