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 | 03/01/2007 07h00min

PT quer que Lula interfira em sucessão da presidência da Câmara

Partido quer evitar a repetição do fenômeno Severino Cavalcanti

Na tentativa de evitar a repetição do fenômeno Severino Cavalcanti, que aproveitou a divisão do PT entre duas candidaturas e se elegeu para o comando da Câmara em 2005, os petistas querem a interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sucessão do comando da Casa. O objetivo é lançar apenas um candidato, em vez da dupla Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) - que ontem ficou frente a frente num almoço em Brasília para discutir o assunto.

Junto com a reforma ministerial, o assunto tomará parte do tempo de Lula durante as férias de 10 dias que vai tirar a partir de sexta-feira. O consenso deve ser costurado após seu retorno. Nos bastidores, comenta-se que Lula deve resolver a disputa entre Aldo e Chinaglia com um ministério para quem desistir da disputa. Para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o consenso deverá ser formado em torno do nome que tiver mais chances de vitória.

– Continuamos negociando e conversando para chegar ao momento em que optaremos por uma candidatura única, para não ocorrer o que aconteceu em outra oportunidade – disse Tarso, em referência ao episódio Severino.

Enquanto isso, os dois candidatos saíram do almoço em Brasília sem dar sinais de recuo. Aldo garantiu que não abrirá mão da disputa. Seu argumento é de que conta com o apoio de vários partidos, incluindo o PSDB, o que não permitiria uma desistência.

– Minha candidatura pertence a esses partidos e parlamentares. Não me pertence mais – afirmou.

Chinaglia, por sua vez, ironizou o "mantra" entoado na campanha de Aldo sobre o suposto apoio tucano.

– Em vez de fazer um mantra e ficar repetindo aquilo que supostamente aconteceu, é melhor pesquisar. Eu estou informando que falei com lideranças do PSDB e todos dizem que o PSDB se orientará pela proporcionalidade. Nessa condição, com a bancada do PT sendo a segundo maior, creio que estamos muito mais próximos do PSDB do que qualquer outra candidatura – afirmou.

Chinaglia conta com o apoio do PT, por meio de seu presidente, Ricardo Berzoini, que reassumiu o cargo ontem (veja reportagem na página ao lado).

– Com muito respeito ao Aldo, que tem sido um companheiro leal, queremos trabalhar na construção de um nome único e defendemos o nome de Chinaglia – disse Berzoini.

De acordo com Tarso, Lula vem conversando com os dois candidatos. A avaliação de aliados do governo é que o distanciamento do Planalto é calculado. Lula continuaria preferindo a reeleição de Aldo, mas estaria temeroso em torná-lo candidato do Planalto sob o risco de macular o apoio da oposição a ele.

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