| 02/01/2007 17h44min
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta terça que nas próximas duas semanas saberá se há espaço para duas candidaturas da base aliada à presidência da Casa. Chinaglia chegou a admitir a hipótese da disputa ir para o voto.
– Se tiver mais de uma candidatura, haverá disputa em plenário – disse.
Chinaglia disse que é preciso paciência e que o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), assim como ele, tem todo o direito e legitimidade para lançar sua candidatura. Segundo o petista, ainda é cedo para uma definição.
– Temos que ter paciência para que daqui a dez ou quinze dias haja maior clareza por parte daqueles que estão pesquisando qual a candidatura que tem mais chance entre as colocadas, e se de fato haveria espaço para mais outra candidatura – declarou.
Sobre a possibilidade de retirar sua candidatura em busca de um entendimento na base, Chinaglia respondeu que ainda é cedo para falar disso.
– Como você faz uma campanha dizendo que vai retirar a candidatura? É preciso respeitar os apoios – disse.
O líder do governo rebateu a declaração do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria manifestado preferência por Aldo. Segundo ele, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que Lula não manifestou preferência por um ou outro, dizendo apenas que quer um candidato único da base.
– Frente à palavra de Tarso, alguém que relata uma conversa que só ele ouviu, evidentemente eu fico com a opinião de Tarso Genro – afirmou.
Chinaglia disse que até agora o PSDB não manifestou sua opinião em relação à sucessão na Câmara, negando que os tucanos já tenham se definido por Aldo. E rebateu a possibilidade de uma repetição do efeito Severino, afirmando que a responsabilidade pela eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para a presidência da Câmara foi da oposição, não do PT.
– O efeito Severino foi responsabilidade da oposição. Não se pode atribuir ao PT essa responsabilidade – disse.
O líder do governo fez duros ataques à imprensa, dizendo que ela mudou seu comportamento em relação ao período do regime militar, quando defendia a independência do Legislativo.
– Na época da ditadura, quando o general de plantão era o presidente e tentava interferir na presidência da Câmara a própria imprensa reagia e o Parlamento também. O que mudou é que agora não é mais ditadura e aqueles que, de forma desatenta, escrevem que o presidente Lula apóia esse ou aquele nome talvez devessem refletir sobre qual deveria ser o papel do presidente.
AGÊNCIA O GLOBO