| 05/01/2007 07h00min
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sai em férias por 10 dias no litoral paulista, os deputados federais da base aliada receberam um prazo limite para definir um candidato de consenso na disputa pelo comando da Câmara. Lula estabeleceu o dia 20 de janeiro como data final para unificar os governistas em um nome.
Apoiadores do governo estão divididos entre as candidaturas do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Para completar o cenário de indefinições, um grupo de parlamentares de sete partidos estuda lançar um concorrente alternativo.
– O presidente disse presumir que até o dia 20 todos os diálogos estejam encerrados e até lá tenhamos um consenso – declarou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que deve reunir os presidentes dos partidos de sustentação do Planalto na semana que vem para discutir a sucessão na Câmara.
Ontem, durante encontro com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), Lula disse que a escolha é o "teste definitivo da coalizão" de seu segundo mandato. A expectativa de Lula é de que Aldo ou Chinaglia desista de concorrer durante suas férias. Com essa conciliação, o Planalto espera evitar a derrota de 2005, quando Severino Cavalcanti (PP-PE) chegou ao poder na Câmara. Na época, o PT tinha dois candidatos: Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG).
Ontem, Aldo rejeitou a realização de uma eleição prévia para a escolha do candidato do governo - sugestão apresentada na quarta-feira por Chinaglia em tom de desafio. O líder do governo recuou e admitiu estar aberto ao diálogo:
– Por enquanto temos duas candidaturas fortes, mas admito disputa em plenário, acordo, um arbítrio. Sou uma pessoa de paz, mas acho que tenho o dever de fortalecer minha candidatura.
Enquanto Aldo e Chinaglia não encerram o embate, o grupo suprapartidário que defende uma candidatura alternativa planeja se reunir segunda-feira em São Paulo. Entre os deputados que defendem uma indicação alternativa há representantes de PMDB, PSDB, PFL, PPS, PSB, P-Sol, PV e até do PT.
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