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 | 04/01/2007 18h19min

Deputados articulam candidatura alternativa à presidência da Câmara

Impasse entre Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia seguiu nesta quinta

Um grupo de deputados se reúne na segunda em São Paulo para tentar lançar uma candidatura alternativa à do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e à do líder governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para o comando da Casa. O grupo ainda busca um nome de consenso.

O primeiro cogitado como alternativa foi o de Osmar Serraglio (PMDB-PR), mas ele avisou que, por enquanto, não aceita porque seu partido estaria apoiando Chinaglia. Estão cotados também Fernando Gabeira (PV-RJ), José Eduardo Cardozo (PT SP), Júlio Delgado (PSB-MG), Raul Jungmann (PPS-PE), Luiza Erundina (PSB-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Roberto Magalhães (PFL-PE).

– O meu partido está marchando por enquanto com Chinaglia. Então, eu não quero ser um estorvo para o meu partido, pelo menos até o dia 9, quando a bancada vai decidir o que fazer – disse Serraglio, que foi presidente da CPI dos Correios.

Já Cardozo está informalmente apoiando Aldo Rebelo por considerá-lo mais viável. Gabeira, que também está no páreo, não descarta ser candidato.

– Se ninguém quiser, eu topo. Se sobrar pra mim, eu topo, para lançar luz sobre um programa de reconciliação da sociedade com a Câmara. Eu serei um anticandidato. Sei que não terei voto para ganhar porque estou muito queimado lá. Mas se sobrar pra mim, farei o meu trabalho como já fiz outras vezes – disse Gabeira.

A Executiva do PSOL já decidiu que o partido não apoiará os candidatos à presidência do Senado e da Câmara que tiverem o apoio do governo Lula. Com esta decisão, fica descartado que o voto do partido no Senado e os três votos na Câmara possam ser dados aos candidatos à reeleição Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aldo, bem como a Chinaglia.

– Para nós é inaceitável a continuidade da promiscuidade e de um Parlamento funcionando como um medíocre anexo do Palácio do Planalto - disse a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).

O partido ainda se reunirá para decidir como será seu voto. O PSOL tanto poderá votar em branco como votar em outra candidatura. Mas a avaliação é de que não há ainda candidaturas alternativas colocadas, nem mesmo a do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN).

– Queremos um nome que não seja um braço do governo e que tenha se colocado de forma firme contra a corrupção e contra privilégios aos parlamentares - disse a jornalistas a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), acrescentando ter muita simpatia pelo nome de Gabeira.

Para Chinaglia, é possível que um dos parlamentares do grupo oposicionista se sinta tentado a se lançar candidato alternativo, mas ele observa que é preciso que a candidatura tenha força e voto. Segundo o petista, uma nova candidatura pode pôr em risco a estabilidade da Câmara e repetir o efeito Severino Calvanti (PP-PE).

– O clima na Casa não favorece candidatura alternativa, que coloca em risco a estabilidade na Casa. Não há espaço para outro Severino – disse o petista.

O impasse entre Aldo e Chinaglia se manteve nesta quinta. Aldo afirmou não concordar com uma votação prévia na base aliada para escolher uma candidatura única na disputa. Nessa quarta, seu adversário, Chinaglia, disse que poderia se submeter a uma eleição prévia, mas Aldo não concorda em excluir a oposição nessa escolha.

AGÊNCIA O GLOBO
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