| 05/01/2007 18h51min
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e o líder do governo na Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reiteraram nesta sexta-feira a disposição de disputar a Presidência da Câmara no próximo dia 1º, apesar dos esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que haja uma candidatura de consenso entre os integrantes da base governista.
Durante cerimônia no Palácio do Planalto para sanção da Lei do Saneamento Básico, os candidatos fizeram elogios mútuos, posaram abraçados para fotos e admitiram a ação do ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, para que haja acordo na base, mas ambos garantiram a manutenção da campanha e dizem contar com apoio político suficiente para a vitória.
– Meu limite é o dia 1º, pois lá é que vão acontecer as eleições. O ministro Tarso trabalha por candidatura única na base, eu respeito e apóio. Mas estou fazendo campanha e espero ganhar – afirmou Chinaglia, que considera a escolha do novo presidente da
Câmara "um teste importante
para a coalizão política de Lula".
Sem detalhar as manifestações favoráveis que já recebeu, o petista disse ter apoio "sem distinção" da base aliada, além de estar mantendo conversas com partidos da oposição, como o PSDB e PFL.
Chinaglia também rechaçou a possibilidade de aceitar um ministério para desistir da eleição, e disse que Aldo Rebelo preenche os requisitos – tanto quanto ele - para assumir uma pasta no Executivo. Na quinta-feira, Tarso Genro afirmou que os dois deputados têm condições de assumir um ministério no governo Lula.
– Me sinto honrado com as palavras do ministro, e elas também são válidas para o deputado Aldo Rebelo, mas, neste momento, tratar de ministério não é apropriado. Eu espero ser presidente da Câmara – declarou o líder.
Depois da cerimônia no Planalto, Rebelo e Chinaglia se abraçaram na frente de fotógrafos e cinegrafistas. Questionado se era um gesto de reconciliação, Aldo afirmou que não pode haver reconciliação onde não houve briga e disse que em uma eleição democrática "há espaço tanto para a disputa quanto para o acordo". A resposta foi repetida quando Aldo foi indagado se é possível um acordo entre ele e Chinaglia para a unificação das candidaturas.
Sobre a possibilidade de ocupar um ministério no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aldo declarou que vai manter sua candidatura, a qual, segundo ele, não é um projeto partidário ou pessoal, mas pertencente "a um grupo de partidos e de deputados da base e da oposição".
AGÊNCIA CÂMARA